O legado de uma governação do PS
O SNS está hoje à beira do colapso e o PS corre o sério risco de ser o seu coveiro
Há oito anos as esquerdas na República (PS, BE e PCP) uniram-se para que a direita horribilis liderada pelo PSD saísse do governo.
Um PSD que teve a inglória e ingrata tarefa de endireitar o país depois da bancarrota em que o governo do PS o deixou. Mais uma bancarrota, diga-se. Para que as pessoas não se esqueçam do desastre que foi, o então Primeiro-Ministro, José Sócrates, teve de pedir a intervenção urgente do FMI perante a iminência de já nem haver dinheiro para pagar aos funcionários públicos…
E qual foi o resultado de oito anos de governação do PS na República? O caos. Mais uma vez, o caos. Desta vez com António Costa, um discípulo de José Sócrates. E com o apoio do BE – um partido que é contra as empresas, a iniciativa privada e as famílias tradicionais – e do PCP – um partido preso na luta de classes do século XIX, um partido anti-União Europeia, anti-NATO e um partido que apoia um ditador sanguinário e um criminoso de guerra como Vladimir Putin.
Vive-se o caos na Educação, na Saúde, na Justiça e nos demais serviços públicos da República.
Na Educação há vários anos que milhares de alunos, de norte a sul do país, não têm aulas. E não têm aulas porque os sucessivos governos das esquerdas não foram capazes de valorizar a carreira docente, como fez o governo do PSD na Madeira. São alunos da classe média que frequentam a Escola Pública e cuja aprendizagem foi seriamente comprometida. Pergunto: o que será do futuro destes jovens do continente cujas famílias não conseguiram pagar um colégio privado?
Na Saúde, outro caos. O SNS está hoje à beira do colapso e o PS corre o sério risco de ser o seu coveiro. Com o maior orçamento de sempre para a área da saúde, os serviços nunca foram tão maus. E isto tem um nome: incompetência. Incompetência do PS na gestão. Há serviços de urgência de norte a sul do país a encerrar. Há uma grave falta de médicos especialistas nas unidades de saúde para fazer face às necessidades básicas da população porque estes estão todos a sair para o privado. Como é que é possível num país com uma pirâmide demográfica envelhecida, faltarem médicos especialistas de obstetrícia no serviço público do distrito de Lisboa? Isto só para termos um exemplo. Neste momento o SNS vive exclusivamente do esforço dos jovens médicos internos que já estão no seu limite. E tudo, mais uma vez, pela incapacidade de gestão das unidades públicas de saúde e valorização da carreira médica e de enfermagem. Uma valorização que o Governo do PSD soube fazer na Madeira.
Na Justiça, outro caos. Os oficiais de justiça, o pilar do funcionamento de qualquer tribunal, estão sobrecarregados, são muito mal pagos e colocados longe do seu suporte familiar. Os juízes e procuradores são também em número muito insuficiente para garantir uma justiça célere. Os processos acumulam-se e, nos tribunais administrativos, podem levar décadas para ter um desfecho. Os próprios edifícios onde funcionam os tribunais e os órgãos de polícia estão em profundo estado de degradação, não dignificando as profissões nem garantido as mínimas condições de trabalho.
Sem esquecer incapacidade de execução dos fundos do PRR, uma economia onde o salário médio e qualificado está estagnado, e próximo do salário mínimo, e uma classe média que no continente não consegue aceder à habitação.
É este o legado do Partido Socialista ao País. Um legado com o apoio das esquerdas durante muito tempo no parlamento. Um legado de falta de credibilidade nas instituições democráticas. Um legado de caos e instabilidade. Está na hora de “endireitar” o País para que o País se possa endireitar.