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Refém encontrada junto do Hospital Al Shifa foi assassinada

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Foto AFP

A refém encontrada morta hoje numa estrutura adjacente do Hospital Al Shifa, em Gaza, "foi assassinada", segundo as Forças de Defesa de Israel, que indicaram ter descoberto na unidade hospitalar uma rede de túneis e uma viatura com armamento.

O corpo da refém, capturada pelo movimento islamita palestiniano Hamas, foi encontrado por uma unidade militar numa casa junto do hospital, com armas pertencentes aos seus captores, disse o porta-voz do Exército israelita, Daniel Hagari, aos jornalistas.

O porta-voz afirmou que a refém "foi assassinada por terroristas na Faixa de Gaza".

O corpo da mulher de 65 anos, raptada em 07 de outubro no 'kibutz' Be'eri, no sul de Israel, "foi retirado pelas tropas do Exército israelita de uma estrutura adjacente do hospital Al Shifa, na Faixa de Gaza, e transferido para território israelita", refere um comunicado de imprensa do Exército.

A vítima foi identificada como Yehudit Weiss. "Na estrutura onde estava localizada, também foi encontrado equipamento militar, incluindo metralhadoras Kalashnikov e [lançadores de granadas] RPG", acrescentou o Exército.

Cerca de 240 pessoas foram capturadas em 07 de outubro em território israelitas durante um ataque do Hamas que deixou 1.200 mortos, principalmente civis, segundo as autoridades de Telavive.

O Exército israelita disse hoje que começou também a encontrar a rede de túneis do Hamas sob o hospital Al Shifa, onde realiza há dois dias uma operação militar.

"Hoje, a infraestrutura de túneis do Hamas foi exposta dentro do hospital", afirmou um porta-voz militar num comunicado, enquanto as tropas continuam a procurar o que identificaram como a rede subterrânea do grupo palestiniano.

As forças israelitas indicaram também ter encontrado nas instalações um carro que "foi preparado para o massacre de 07 de outubro", e que "continha uma grande quantidade de armas e munições", mostradas num vídeo distribuído com o comunicado, bem como imagens do alegado túnel do Hamas no Al Shifa.

O Hospital Al Shifa é apresentado por Israel como um centro estratégico e militar do Hamas, alegação negada pelo movimento islamita que tomou o poder na Faixa de Gaza em 2007.

Também hoje, as autoridades israelitas anunciaram que a parte ocidental da cidade de Gaza foi desobstruída e vão iniciar a fase seguinte da ofensiva.

O ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, indicou que as FDI estão agora a passar para a "próxima fase" da sua operação terrestre na Faixa de Gaza, mais de um mês após o início da intervenção militar no território.

Em 07 de outubro, combatentes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) -- desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel -- realizaram em território israelita um ataque de dimensões sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo 1.200 mortos, na maioria civis, cerca de 5.000 feridos e mais de 200 reféns.

Em retaliação, Israel declarou uma guerra para "erradicar" o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre que cercou a cidade de Gaza.

A guerra entre Israel e o Hamas, que hoje entrou no 41.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza 11.500 mortos, na maioria civis, 29.800 feridos, 3.250 desaparecidos sob os escombros e mais de 1,6 milhões de deslocados, segundo o mais recente balanço das autoridades locais.