Era o que faltava!
Com a noite chegou um comunicado dos Açores que coloca insulares à bulha por causa dos ralis
Boa noite!
Quando a malta das corridas velozes pensava que a época tinha chegado ao fim sem alaridos de maior, eis que dos Açores surge um delirante comunicado que mete ao barulho o Rali Vinho Madeira. Tudo por causa do anúncio que o Azores Rallye não vai contar para o campeonato nacional de ralis de 2024.
Percebe-se a azia que um bom ananás não resolve e que uma chá verde não suaviza, mas independentemente dos eventuais méritos da prova açoriana, das razões que ditaram a posição irredutível da Federação Portuguesa de Automobilismo e Karting (FPAK) e das declarações “feitas de forma despudorada” pelo seu Presidente, Ni Amorim, o que o Grupo Desportivo Comercial (GDC) escreveu esta noite denota mau perder, propensão para comprar brigas entre arquipélagos irmãos e porventura alguma incompetência.
Sugerir a saída do Rali Vinho Madeira ou do Rallye Casinos do Algarve do campeonato para que o Azores Rallye pudesse passear-se com glória é no mínimo caricato. Defender as alegadas virtudes de uns, menosprezando as qualidades de outros não é coisa de autonomista. Lutar cegamente pela sobrevivência tentando matar concorrentes é reprovável. Recordar “situações gravíssimas em outras provas do CPR, incluindo fatalidades, sem nenhuma consequência para as mesmas” para assim fazer prevalecer a tese que a competição em terras açorianas é imaculada é de baixo nível.
Se o GDC desconhece como é possível cooperar com lealdade entre ilhéus, então que pergunte ao presidente do governo José Manuel Bolieiro como se faz, ele que deu expressão à revisão conjunta da Lei das Finanças Regionais e que prepara mais uma cimeira insular com a Madeira, por sinal renascida no tempo de Vasco Cordeiro. Ou então a Pedro Melo, administrador do Açoriano Oriental que em conjunto com o DIÁRIO organiza o Torneio de Golfe do Atlântico! Ou à Associação Agrícola de São Miguel que enviou esta semana 46 toneladas de erva para auxiliar os criadores de gado afectados pelos fogos da Madeira em Outubro último. Ou ainda a Luís Miguel Sousa, Avelino Farinha e Custódio Correia, entre outros empresários com negócios na Madeira, mas com investimentos nos Açores, também eles geradores de riqueza e postos de trabalho no arquipélago irmão.
Era o que faltava que para a afirmação de um qualquer rali no campeonato nacional, outro, da vizinhança ou não, parecido ou com características bem distintas, tivesse que ser riscado do mapa ou deixar de existir com tamanha relevância sem haver qualquer critério sustentado, nem seriedade na decisão. Era o que faltava que tudo fosse passível de mudar só porque sim. Só porque apetece. Só porque o achismo é gémeo da ignorância atrevida.