Grandes nações querem retorno dos livros físicos e estão abolindo e-books
A Suécia e outras nações ao redor do mundo estão reavaliando o papel da tecnologia, especialmente o uso excessivo de dispositivos electrónicos, e retornando ao uso de livros físicos nas salas de aula por vários motivos.
O contacto excessivo com telas, como tablets e computadores, tem levado a preocupações em relação aos efeitos negativos na saúde e no desenvolvimento das crianças e jovens. Estudos, incluindo pesquisas realizadas pela Universidade de Harvard, evidenciam os efeitos nocivos do uso excessivo de dispositivos electrónicos.
O uso excessivo de telas pode reduzir a interacção social cara a cara, diminuindo a habilidade das crianças em compreender e interpretar expressões faciais, linguagem corporal e emoções. Isso pode impactar negativamente suas habilidades de comunicação e empatia.
A exposição à luz azul emitida pelas telas dos dispositivos electrónicos interfere no ritmo circadiano, levando a distúrbios do sono, dificuldade para adormecer e até mesmo insónia.
O uso prolongado de telas tem sido associado a atrasos no desenvolvimento cognitivo, impactando a capacidade de concentração, aprendizado e desenvolvimento de habilidades cognitivas essenciais.
A recomendação da Sociedade Brasileira de Pediatria em relação ao tempo de exposição diária a telas é uma tentativa de orientar os pais e cuidadores sobre limites saudáveis, visando proteger o desenvolvimento infantil. Essa atitude está alinhada com o entendimento crescente sobre os efeitos adversos do uso excessivo de tecnologia.
O retorno ao uso de livros físicos nas salas de aula reflecte uma preocupação com a qualidade da educação, enfatizando a importância do aprendizado analógico, da concentração, do desenvolvimento do pensamento crítico e do envolvimento mais profundo no conteúdo educacional, o que os livros físicos podem oferecer de forma mais efectiva do que a tecnologia.
Essas iniciativas buscam um equilíbrio saudável entre a tecnologia e outras formas de aprendizado, reconhecendo que, embora os recursos digitais sejam valiosos, o excesso pode ter impactos negativos na saúde e no desenvolvimento das crianças e jovens.
A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) recomenda o seguinte limite diário de contacto com telemóveis, tablets e computadores: dos 2 aos 5 anos: até 1 hora por dia; dos 6 aos 10 anos: entre 1 e 2 horas por dia e, dos 11 aos 18 anos: entre 2 e 3 horas por dia.
A Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, já mostrou que exagerar nas telas pode levar a: prejuízos na comunicação, problemas no sono e atrasos no desenvolvimento cognitivo.
A leitura de livros físicos não apenas estimula a concentração e o pensamento crítico, mas também promove o prazer pela descoberta e pelo conhecimento. Nesse sentido, é vital que o Ministério da Educação considere a implementação de práticas semelhantes, incentivando o uso de livros físicos e promovendo a leitura como uma ferramenta fundamental no ambiente educacional brasileiro. Essas iniciativas podem contribuir significativamente para o desenvolvimento intelectual, emocional e cognitivo dos estudantes, além de fomentar o gosto pela leitura, tão essencial para a formação de cidadãos críticos e engajados.
É hora de retornar aos livros de papel, reduzir uso constante de aparelhos celulares, tablets e notebooks em prol de um futuro melhor, interactivo de fato e com perspectivas de reencontro com nossa própria essência.
Gregório José