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Crónicas

AUTONOMIA, AUTONOMIA, AUTONOMIA

Só que cada um tem o povo que tem. Uns mais autonomistas, outros menos. No nosso caso madeirense… muito pouco. No que somos autónomos temos pleno sucesso. Vejam os exemplos do turismo e da diáspora

Mete nojo o que se passa na política em Portugal. Vergonha nacional! Como é óbvio “já se percebia que isto ia acontecer”. Escrevamos sobre o que interessa.

O Partido Socialista de Espanha acaba de decidir aprovar uma amnistia para os “independentistas” ou separatistas da Catalunha, como forma de garantir apoio para uma maioria absoluta para se manter no governo. Amnistia que não obriga a arrependimento nem a promessa de não repetir o referendo unilateral sobre a independência da Catalunha, caso não cheguem a acordo sobre essa consulta popular.

O PSOE, pela voz do seu presidente do governo, Pedro Sánches, prometeu perdoar vinte por cento da dívida pública da Catalunha, a mais elevada entre as autonomias espanholas, como forma de dar desafogo financeiro àquela região autónoma de Espanha.

Como é óbvio, os partidos “independentistas” da Galiza, do País Basco e das Canárias também fizeram acordo para apoiar o governo socialista. O normal será, no próximo orçamento para 2024, o perdão de dívida ser extensivo a todas as demais dezasseis autonomias, para não dar azo a que todas se tornem separatistas para beneficiar do perdão de dívida. E evitar que os próprios deputados do PSOE, das diferentes partes de Espanha, não se oponham ao orçamento do seu governo.

Bem-dita AUTONOMIA. Santa INDEPENDÊNCIA.

Só que cada um tem o povo que tem. Uns mais autonomistas, outros menos. No nosso caso madeirense… muito pouco.

O PSD-Madeira tem repetido, insistentemente, na necessidade da Madeira impor à República um estatuto de autonomia que a deixe, no quadro português, seguir em frente de acordo com a vontade própria do seu povo. É essa a declaração autonómica, no decurso do 25 de Abril de 1974, que esvaziou, nesse momento, algumas intenções separatistas alternativas.

Devemos estar arrependidos!

A Autonomia está em “banho-maria”, encurralada entre um PS nacional, irredutível quanto ao seu não alargamento, e os partidos na Região, sem qualquer intenção autonómica. Fazem declarações generalistas, de circunstância programática e eleitoral, mas, na verdade, devem odiar cada competência própria que proporciona ao governo regional desenvolver a sua governação. Quando o entrave é a falta de competência para decidir, em sede regional, qualquer matéria de interesse comum, ninguém está disponível para se atravessar num combate colectivo pelo interesse regional. Ficam o PSD e o governo regional a falar sós. E, depois nas eleições, dispersam votos, por filiais de partidos com sede em Lisboa, sem qualquer propósito ou respeito pela Autonomia.

Em Espanha existem dezassete autonomias e duas cidades autónomas, que representam cem por cento da população, das quais quatro têm actividade política nacionalista: País Basco, Catalunha, Canárias e Galiza. As autonomias distinguem-se por ter ou não espírito nacionalista e separatista. Ou seja, são todas autonomistas havendo algumas que vão além disso e pretendem a separação de Espanha.

Em Portugal existem duas autonomias, que valem apenas cinco por cento da população portuguesa. A sua capacidade reivindicativa é muito pequena, face à inexistência de verdadeira luta política regional a favor da Autonomia e desacordo continental que nos consideram uns privilegiados.

Se avaliarmos o turismo, que não tem qualquer dependência do Continente, verificamos sermos bem sucedidos. São prémios atrás de prémios, níveis fantásticos de ocupação turística, pleno emprego e resultados financeiros positivos. O sucesso da nossa diáspora, que não tem qualquer dependência de Lisboa, é inequívoco. Ou seja, no que não dependemos da capital, sabemos realizar com primor. O pior é quando Lisboa se atravessa e se torna obstáculo.

A Autonomia está adormecida. Poucos lutam por ela. Parecem aceitar o que temos. Alargá-la parece fantasia. E todos sabem que o único factor diferenciador, que nos pode trazer algum sucesso adicional, é podermos determinar o nosso próprio rumo.

O problema é que quem governa clama por Autonomia e quem é oposição nem ouvir falar quer. Acham que poder decidir arrasta sucesso e que mais Autonomia dificultará, ainda mais, o acesso ao poder de quem se opõe, há tantas décadas, sem qualquer resultado.

A Madeira precisa avançar com novas ideias e projectos políticos, sem os quais será sempre mais do mesmo. E não chega. Só a Autonomia, verdadeira e realista, permitirá novos passos decisivos rumo a novas etapas de desenvolvimento. Temos de lutar por ela.

Começando, de imediato, pelos nossos deputados à Assembleia da República, já demasiado subjugados a grupos parlamentares continentais destituídos de qualquer iniciativa autonomista. Nas eleições que aí vêm, os candidatos pelo PSD-Madeira não podem aceitar quaisquer compromissos que os obriguem à disciplina política no grupo parlamentar nacional. São autónomos e livres. Só podem depender da orientação política do PSD-Madeira. E assim devem permanecer.

Ao contrário de Espanha, não temos partidos regionais, o que nos faz votar em partidos com sede em Lisboa nada respeitadores da Autonomia.

Acreditem que, por agora, só a Autonomia pode fazer por nós.

Lei eleitoral

Como foi possível a Madeira ter aceite, sem luta, uma lei eleitoral que, o PSD mesmo ganhando em todos os concelhos e em 52 das 54 freguesias, não dá maioria absoluta? Sabem que, pela lei eleitoral anterior, o PSD tinha tido uma maioria absoluta confortável? E ainda se propõem novas eleições para quê? Estranho!

IRC igual para todos

Alguém me diz porque uma empresa no Caniçal - dentro da Zona Franca - paga menos IRC que as demais empresas na Região? Já não se alteraram os pressupostos que privilegiavam essa situação e determinavam que umas empresas pagassem 5 por cento e outras 14,7 por cento? Não deve ser tudo por igual?

SESARAM

Tive oportunidade de apreciar a eficiência dos serviços prestados pelo SESARAM no Hospital Dr. Nélio Mendonça. Em relação ao equipamento disponível não tenho conhecimento especializado para fazer avaliação, mas parece-me bem. Agora, o que posso assegurar é a máxima disponibilidade e competência de todos os seus recursos humanos na prestação de um serviço cuja qualidade depende da intervenção de cada um dos seus elementos. A todos os níveis! É um orgulho dispor de profissionais, no serviço regional, desta qualidade. Bem hajam as respectivas chefias e demais equipas operacionais!

Mosquito

Será que não percebi bem ou estamos condenados a conviver com o mosquito?

Salão de Festas

Consta que, no centro do Funchal, com dinheiro dos nossos impostos, vai abrir um novo salão de festas para o nosso “festeiro mor” retomar a fanfarronada dos últimos quatro anos. E teve a lata de ontem dizer que a classe média está asfixiada.

O presidente da Assembleia apelidou de “frescura” a entrada do PAN no parlamento. Contrasta com ele próprio, José Manuel Rodrigues, o político mais antigo na vida política activa. O mamute da política madeirense. Segue-se Lopes da Fonseca. O CDS é o único partido que não se renova. Tachos eternos. Já nem concorrem a eleições. Sobrevivem da caridade política de Albuquerque. Com que custo …um dia se saberá. Já nem dá para maioria absoluta.

Golfe de volta

Há cerca de vinte anos que o Santo da Serra não ganha qualquer título nacional de golfe. Total abandono! O golfe regional voltou pela mão do Porto Santo e do técnico Andrew Oliveira. O jovem João Santos, do PXO Golf Club, foi vice-campeão nacional sub-18. Parabéns ao jogador, ao Clube e ao campo de golfe de Porto Santo.