7 de novembro: a tempestade
Tinha acabado de aterrar em Lisboa, no dia 7 de novembro, manhã cedo, a caminho da Assembleia da República para participar na reunião da Comissão Eventual para a Revisão Constitucional com os deputados da Assembleia Legislativa da Madeira que integram a Comissão Eventual para a Consolidação e Aprofundamento da Autonomia, quando tive conhecimento das notícias que davam conta de buscas na residência oficial do Primeiro-Ministro e na casa do Ministro das Infraestruturas, João Galamba, bem como de detenções de suspeitos, incluindo do Chefe de Gabinete do Primeiro-Ministro. Segui para a Assembleia da República, onde acompanhei todos os desenvolvimentos posteriores e, com a informação da ida da Procuradora-Geral da República a Belém, percebi que a situação era, de facto, muito séria e que o desfecho que depois se confirmou seria absolutamente inevitável. A Procuradoria-Geral da República emitiu um comunicado que fala no “conhecimento da invocação por suspeitos do nome e da autoridade do primeiro-ministro e da sua intervenção para desbloquear procedimentos no contexto” dos negócios do hidrogénio e do lítio. António Costa era levado para um beco de uma só saída.