Antigo PM britânico David Cameron invoca serviço público para regressar à política
O antigo primeiro-ministro britânico David Cameron invocou hoje o serviço público para justificar o regresso à política ativa como ministro dos Negócios Estrangeiros do governo de Rishi Sunak numa altiva de desafios internacionais.
"O primeiro-ministro pediu-me para ocupar o cargo de ministro dos Negócios Estrangeiros e eu aceitei de bom grado", afirmou, num comunicado publicado na rede social X, reivindicando acreditar no "serviço público.
Cameron afirmou que "embora tenha estado fora da linha da frente da política nos últimos sete anos, espero que a minha experiência - como líder conservador durante onze anos e primeiro-ministro durante seis - me ajude a ajudar o primeiro-ministro a enfrentar" uma série de conflitos internacionais, como a guerra na Ucrânia e a crise no Médio Oriente.
O antigo líder do Partido Conservador foi chefe de Governo entre 2010 e 2016, demitindo-se após o resultado do referendo que ditou a saída do Reino Unido da União Europeia, contra a qual fez campanha.
Cameron abandonou o lugar de deputado da Câmara dos Comuns na altura, ao contrário do que fizeram as sucessoras Theresa May e Liz Truss, e manteve-se relativamente discreto em termos de intervenções políticas.
Porém, não se coibiu de criticar Sunak quando este anunciou em outubro o abandono de parte do projeto de uma linha ferroviária de alta velocidade entre Londres e Manchester, cuja decisão qualificou de "oportunidade perdida".
"Embora possa ter discordado de algumas decisões individuais, é evidente para mim que Rishi Sunak é um primeiro-ministro forte e capaz, que está a demonstrar uma liderança exemplar num momento difícil. Quero ajudá-lo a garantir a segurança e a prosperidade de que o nosso país necessita", justificou hoje.
A nomeação de David Cameron implicou a aprovação da entrada precipitada para a câmara alta do parlamento britânico, pois para integrar o Governo é preciso ser ou deputado, membro da Câmara dos Comuns (câmara baixa), ou membro da Câmara dos Lordes, composta por indivíduos não eleitos.
O regresso de um antigo primeiro-ministro britânico ao Executivo é invulgar mas não inédito.
Cameron foi nomeado no âmbito de uma remodelação governamental desencadeada pela ministra do Interior Suella Braverman, substituída por James Cleverly, que era ministro dos Negócios Estrangeiros desde 2022.