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O antigamente

Quando falamos de antigamente, quer dizer que existiu outrora, de outros tempos, ou até que foi, mas já não é.

A palavra antigamente e devido à revolução de Abril de 74, serve também para conotar o tempo de antes ou do regime anterior, que se convencionou chamar “da outra senhora”.

Mas, resumir o país ao antes e depois de Abril, é muito redutor; sem dúvida, para aqueles que apenas lhes interessa uma determinada época, é a data mais marcante, porém convém não esquecer que, a data da fundação de Portugal é 5 de Outubro de 1143, e, é o ano da celebração do Tratado de Zamora. Estamos a falar “só“ de 880 anos... de uma história riquíssima! E de algumas fases da nossa vida colectiva, que devemos saber e de que nos podemos orgulhar. Muito ao contrário da vergonha actual!

A HISTÓRIA é o estudo das ações humanas no passado e no presente ou como defende o grande historiador Marc Bloch, “a ciência dos homens no tempo”. Aqui, como se fala de ciência, temos de ser isentos e muito rigorosos.

Hoje, vivemos um momento perturbador, conturbado e infeliz da nossa História!

É a situação económico-financeira do país e a pobreza, a degradação galopante do SNS, a ineficiência da Justiça, a corrupção, o colapso do sistema educativo como se tem visto, na forma como se têm destratado os professores e os alunos, a incompetência e a falta de qualidade e seriedade de muitos dos políticos que nos conduzem e governam (a TAP é um bom exemplo), até à crise da Igreja e de alguns dos seus ministros. Em termos internacionais um desastre!

Aqui, neste cantinho mais ocidental da Europa no mesmo dia e no mesmo Jornal, podemos ler que: - … É já neste sábado que a infanta Maria Francisca de Bragança e o advogado Duarte Martins sobem ao altar e, por isso, têm uma lista de casamento exigente e ambiciosa, há que dizê-lo, com as coisas que gostariam de receber como presente; e na página seguinte temos um título “Há crianças com fome e famílias que pedem comida emprestada” … flashes que nos passam à frente, num percurso de alheamento e indiferença desta vida difícil, egoísta e cansativa...

Mas, a boa notícia é que já passámos por fases igualmente más e sobrevivemos, lá diz o jargão “A História repete-se”...! Por isso tenhamos fé, é que nem sempre tivemos a infelicidade e fatalidade de ser conduzidos pelas insignificâncias dos costas e marcelos, já para não falar dos “pindéricos” dos cabritas, galambas e cravinhos, etc. É o que se chama e caracteriza, como a época do “refugo”!

Estes, sabemos o que valem ou não e podemos formar uma opinião, porque, para mal dos nossos pecados são dum “tempo comum”.

E a minha satisfação é que, a ficar qualquer pegada ou mancha, desta gente na história (propositadamente em letra minúscula), não será grande coisa nem por muito tempo, os motivos de orgulho serão pura e simplesmente inexistentes.

Vem isto a propósito, porque o Superintendente-chefe Nuno Homem da Costa distinto e muito estimado Amigo, fez-me chegar uma sinopse da CARTA DE BRUGES! Humildemente confesso, não conhecia.

É uma carta escrita pelo Infante D. Pedro ao seu irmão D. Duarte em 1426.

Um documento notável sobre os problemas de Portugal e dos portugueses. É quase um programa de governo, extenso, minucioso e certeiro, de uma visão extraordinária, com muita actualidade, em que o Infante das Sete Partidas dá conselhos ao futuro Rei sobre tudo. Há 600 anos…, sobre a Igreja, Estudos Superiores, Impostos e Povoamento, Justiça, etc.

Quem não estiver devidamente avisado, pode julgar que estamos a falar deste momento.

A sua profundidade e extensão, face ao espaço que me concedem, não me permite desenvolver muito mais, mas aconselho vivamente a sua leitura, olhem que vale bem a pena.

De passagem, aconselharia também a leitura das “Farpas” de Eça de Queirós e Ramalho Ortigão, mais recentes (1890), em que também através da sátira e caricatura, podemos ver algumas analogias com a sociedade contemporânea, através de um conceito inovador de jornalismo de ideias, de crítica social e cultural. É fácil também concluir, que a História se repete!

Por falar no antigamente, tenho de confessar que tive um Avô (paterno), que foi dessa época, isto porque ocupou e desempenhou uma série de lugares públicos na vigência do antigo regime. Faço-o, porque infelizmente não o conheci; nasceu em 1893 e faleceu em 1948, com 55 anos de idade no Palácio de São Lourenço onde desempenhava as funções de Governador civil, tendo eu nascido apenas em 1952.

O que soube dele foi o que me disseram em casa e o que muitas pessoas mais velhas me transmitiram e fizeram, muitas vezes, questão de contar com enlevo e admiração. Isso e o percurso notável que teve, obviamente, despertaram a minha curiosidade e suscitaram tantas perguntas que gostaria de ter visto respondidas. Infelizmente, a distância e a ausência prematura, não o permitiram.

Há vinte e tal anos o meu tio mais velho, como tal o patriarca familiar de então e, entretanto, falecido, procurou-me para me entregar em mão um relógio Omega em ouro, oferta dos funcionários da Junta Geral do Funchal ao meu Avô; pediu-me, que um dia o entregasse ao meu filho mais velho, a quem dei o nome do bisavô. E assim será!Mas, a vida é feita também de coincidências fantásticas e há poucos dias, alguém próximo, mandou-me uma cópia de um documento, desconhecido por mim e que foi entregue ao meu Avô juntamente com o relógio e assinado por todos.Eis, a transcrição:

..”SENHOR DOUTOR JOÃO ABEL DE FREITAS

Se o julgamento da tarefa de um homem público é obra serena do Tempo, a consagração das virtudes pessoais de um chefe compete ao vivo testemunho dos seus colaboradores.

Por isso aqui estamos, desde o mais categorizado ao mais humilde nos degraus da hierarquia, todos servidores da Nação como funcionários da Junta Geral, no momento em que Vossa Excelência preside pela última vez aos trabalhos da sua Comissão Executiva, antes de ir ocupar o alto cargo de Governador do Distrito.

Viemos, pois, espontaneamente, por Amor da Verdade!

Verdade que desejamos proclamar nas breves linhas desta mensagem onde cada nome ficará como fiel testemunho da nossa admiração por aquelas virtudes de Vossa Excelência que nos doze anos da sua magistratura criaram em cada um de nós um colaborador incondicional, um admirador sincero, um leal e devotado amigo.

Virtudes que só sabemos exprimir na mágoa de vê-lo afastar-se do lugar onde fomentou uma disciplina mais brotada dos corações do que imposta pelo dever. Virtudes que só pela simplicidade desta homenagem, na humildade e singeleza destas palavras, podem ser definidos.

Esta é a nossa Mensagem de Amizade!

Aceite-a, Vossa Excelência, ao menos pelo que sinceramente nela quisemos exprimir de gratidão, apreço e humana Solidariedade.

Funchal, aos quatro dias do mês de março de mil novecentos e quarenta e sete.

No horizonte temporal começa a se aproximar, a minha hora, de entregar o relógio que recebi; mas agora, fiquei a saber e percebi, que tenho sido o fiel depositário do equipamento e acima de tudo do legado de amor, gratidão, consideração, solidariedade, apreço, estima e amizade de largas dezenas de pessoas, que em vida, fizeram questão de o testemunhar e homenagear, entregando em mão a sua vontade e sentimento. Terei por missão, a função e o desígnio de saber passar e transmitir o que se impõe.

Grato pelo exemplo, orgulhoso e com a ajuda de Deus assim farei!

P.S. - Longe vá o agouro…! Não é do partido, mas, sim Post scriptum que significa - escrito depois... Livra...!

Mais uma vez, tinha o meu artigo pronto e eis que do nada surge este “tsunami” do Governo. Dia 7 de Novembro. O mês passado a 7 de Outubro foi o início da tragédia, que o HAMAS iniciou e que veremos como acaba. Até ver todos a perder...! Deve ser do 7...!

Aqui bem, nem sei o que diga, fiquei chocado e envergonhado, pese esta rapaziada já nos ter mais ou menos preparado e habituado a estes procedimentos; veja-se o nosso Galamba outra vez “metido” em sarilhos. Coitadito, não o largam...! Irra!!!

Ao longo do dia e perante as notícias, pensei com os meus botões:

Vão alguns membros do Governo presos, nada de especial, com as novas tecnologias podem continuar a trabalhar, agora em “teletrabalho”, com a vantagem que podem prescindir de uma série de mordomias, assessores, secretárias, motoristas, etc. o que nos vai poupar uma série de despesas, embora vamos pagar mais de internet. Seja!

Se for para o Marcelo condecorá-los, alguns já estão juntos, será só chamar os que faltam.

A malta se for chamada a votar, desta vez e perante a performance apresentada, acho que deverá dar uma maioria absoluta superior a 80%, para não haver cá dúvidas...! Até que o Marcelo está cada vez mais instável...!

Se a “coisa” se complicar, haverá sempre a possibilidade de convidar o Papa, a voltar, e criar as devidas condições para uma amnistia alargada...

O que será da gente, sem esta maralha...!

Afinal, o Costa demitiu-se, que grande maçada, parece que o Governo vai cair. Uma grande perda e injustiça, admitamos.

Mas, Carlos César um estratega, Presidente do PS, um homem com um passado impoluto e senhor de uma grande credibilidade, já veio dizer - Estamos preparados para criar um novo Governo...! Ah! Homem do catano! Já vou dormir mais descansado!

Já que falámos de Carlos César, lembrei-me da rábula de há uns dias quando Costa o questionou acerca do gajo da Madeira. É que Deus não castiga nem com pau, nem com pedra...

Não é que me contaram, a chamada “bilhardice”, que uma autoridade que está a investigar este escândalo, ligou ao Sérgio Gonçalves para lhe fazer uma pergunta relativa ao Costa; e este terá respondido: - Quem é o Costa? Esse, é o “gajo” do PS de Lisboa...?

Como diz o povo:- O ÚLTIMO A RIR É QUEM RI MELHOR...!