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Massacre de Santa Cruz é memória dolorosa, mas destaca resiliência dos jovens timorenses

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O Presidente de Timor-Leste, José Ramos-Horta, afirmou hoje que o massacre de Santa Cruz, ocorrido há 32 anos, evoca "memórias dolorosas", mas também destaca a "resiliência e força" da juventude timorense.

"É um dia que evoca memórias dolorosas, mas também destaca a resiliência e a força de nossa juventude", refere, numa mensagem divulgada à imprensa, o chefe de Estado timorense.

Timor-Leste assinala hoje o 32.º aniversário do massacre de Santa Cruz e o Dia Nacional de Juventude.

"Hoje, olhamos para trás, para as lutas travadas por aqueles que vieram antes de nós. O massacre do cemitério de Santa Cruz é uma cicatriz na nossa história, uma lembrança de como a busca pela liberdade e justiça pode ser difícil e muitas vezes dolorosa", afirma José Ramos-Horta.

Mas, segundo Presidente timorense, é também um "testemunho do espírito indomável da juventude timorense", quando os jovens estiveram na "linha da frente" a dar o "corpo às balas" e a defender "corajosamente os ideais da liberdade e autodeterminação".

"Hoje, celebramos com vocês, uma nova geração da juventude de Timor-Leste. Vocês são a força motriz do nosso país, os herdeiros da independência que tanto lutámos para alcançar. A juventude é a chama que mantém viva a visão de uma nação justa, próspera e unida", salientou.

Na mensagem, José Ramos-Horta afirma que os jovens timorenses têm um "papel crucial a desempenhar" e considera "crucial" a sua entrada na "liderança do desenvolvimento do país".

"Hoje, exorto cada jovem timorense a envolver-se ativamente na construção do futuro de Timor-Leste. Sejam os agentes da mudança, os visionários que transformam desafios em oportunidades. O Dia Nacional da Juventude não é apenas sobre celebrar, mas também sobre assumir a responsabilidade pelo legado que herdamos", refere.

A 12 de novembro de 1991, mais de duas mil pessoas reuniram-se numa marcha até ao cemitério de Santa Cruz, em Díli, para prestarem homenagem ao jovem Sebastião Gomes, morto em outubro desse ano pelos elementos ligados às forças indonésias.

No cemitério, militares indonésios abriram fogo sobre a multidão.

Segundo números do comité 12 de novembro, 2.261 pessoas participaram na manifestação, 74 foram identificadas como tendo morrido no local e 127 morreram nos dias seguintes no hospital militar ou em resultado da perseguição das forças ocupantes.

O massacre foi hoje assinalado em Díli com uma marcha entre a igreja de Motael e o cemitério de Santa Cruz e uma cerimónia de homenagem às vítimas.