Ataques a hospitais em Gaza obrigam milhares a fugir
Milhares de palestinianos que se abrigavam da guerra entre Israel e o movimento islamita Hamas no principal hospital da cidade de Gaza fugiram hoje para sul, após vários bombardeamentos às instalações e em redor delas durante a noite.
Juntaram-se a um crescente êxodo de pessoas em fuga aos intensos combates no norte da Faixa de Gaza -- incluindo perto de outros hospitais -, depois de as autoridades daquele enclave palestiniano pobre, desde 2007 controlado pelo Hamas, terem indicado que o número de mortos desde 07 de outubro ultrapassou 11.000 pessoas.
A busca de segurança em toda a Faixa de Gaza sitiada tornou-se cada vez mais desesperada à medida que Israel intensificou os seus ataques à maior cidade do território.
O Exército israelita indicou que as infraestruturas militares do Hamas se encontram instaladas no meio dos hospitais e dos bairros da cidade de Gaza.
As dezenas de milhares de palestinianos que fugiram para o sul do território nos últimos dias enfrentam a perspetiva de bombardeamentos contínuos e condições difíceis.
Os relatos de ataques noturnos contra ou perto de pelo menos quatro hospitais no norte de Gaza sublinharam o perigo para mais dezenas de milhares de pessoas que se concentraram nessas instalações acreditando que ali estariam em segurança.
A 07 de outubro, combatentes do Hamas -- classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel -- realizaram em território israelita um ataque de dimensões sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo mais de 1.400 mortos, na maioria civis, cerca de 5.000 feridos e mais de 200 reféns.
Em retaliação, Israel declarou uma guerra para "erradicar" o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre que cercou a cidade de Gaza.
A guerra entre Israel e o Hamas, que hoje entrou no 35.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza mais de 11.000 mortos, quase 27.500 feridos, 2.450 desaparecidos, na maioria civis, e mais de 1,5 milhões de deslocados, segundo as autoridades locais.