Egipto recebe 81 palestinianos feridos esta quarta-feira
O Egipto vai receber esta quarta-feira 81 feridos do território palestiniano da Faixa de Gaza, alvo de bombardeamentos por Israel desde o ataque do movimento islamita Hamas em 07 de outubro, adiantaram hoje fontes médicas e de segurança.
"O lado egípcio informou-nos que amanhã [quarta-feira] 81 feridos entre os casos mais graves terão permissão para serem tratados em hospitais egípcios", referiu à agência France-Presse (AFP) uma autoridade responsável pelas fronteiras na Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas desde 2007.
No lado egípcio do posto fronteiriço de Rafah, um médico da cidade egípcia de Al-Arich adiantou que "equipas médicas estarão presentes" esta quarta-feira "para examinar os casos vindos [de Gaza] assim que cheguem (...) e determinar os hospitais para onde serão encaminhados".
Este responsável, que falou sob condição de anonimato, acrescentou que foi instalado um "hospital de campanha de 1.300 metros quadrados em Cheikh Zoueid", cerca de dez quilómetros a oeste de Rafah.
Um fotógrafo da AFP relatou hoje a presença de várias ambulâncias egípcias perto da passagem de Rafah, enquanto tanques eram visíveis ao longo da fronteira.
Também a agência de notícias Efe tinha referido hoje, citando fonte do posto fronteiriço, que o Egipto ia receber vários palestinianos feridos.
Esta informação foi igualmente divulgada pelos meios de comunicação social pró governamentais al-Qahera News e Extra News.
Em Israel, o chefe do Conselho de Segurança Nacional, Tzachi Hanegbi, revelou hoje aos jornalistas que Israel estava "a conversar com o Egipto" sobre os feridos.
No entanto, os dois países não conseguem chegar a acordo sobre a entrada de ajuda, pois o Egipto exige a passagem de mais camiões em direção à Faixa de Gaza, enquanto Israel garante que não pode revistar mais do que várias dezenas de veículos por dia.
O Egipto já tinha anunciado há dias que está a preparar-se para receber e tratar "qualquer número de feridos" palestinianos da Faixa de Gaza, logo que estes sejam autorizados a abandonar o enclave.
Por outro lado, o Egipto tem recusado receber refugiados palestinianos de Gaza para evitar dar origem à "limpeza étnica" que dizem ser o objetivo do ataque de Israel ao enclave palestiniano.
Hoje, o Ministério da Saúde de Gaza advertiu que a crise humanitária está a gerar uma onda de epidemias que já afeta cerca de 3.100 pessoas, a maioria delas crianças com sarna, diarreia, infeções brônquicas, intoxicação alimentar e varicela.
Em Washington, o porta-voz do Departamento de Estado americano, Matthew Miller, afirmou que houve "progressos muito bons nas últimas horas" sobre a questão da possível passagem por Rafah de norte-americanos e cidadãos com dupla nacionalidade retidos em Gaza.
"Esperamos que qualquer acordo para permitir a saída de pessoas também signifique a possibilidade de os americanos, as suas famílias e outros estrangeiros saírem", acrescentou.
Segundo diplomatas europeus, cidadãos de 44 países e 28 agências, organizações ou organizações não-governamentais (ONG) estrangeiras estão na Faixa de Gaza, onde 2,4 milhões de habitantes sobrevivem atualmente debaixo de bombardeamentos, sem água, sem eletricidade e quase sem alimentos devido ao "cerco total" imposto por Israel.