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O Político Gollum

Há coisas que parece que existem apenas na ficção, mas facilmente encontramos na vida real, perto de nós.

Havia uma personagem de O Senhor dos Anéis, que recordarão certamente, o Gollum. Um indivíduo viscoso, ambicioso, individualista, conhecido também como Sméagol. Gollum foi corrompido pelo poder de um anel, e era de tudo capaz para o possuir.

Na nossa Região, infelizmente facilmente encontramos políticos do tipo Gollum. Infiltram-se num partido político, e a sua principal missão é a sobrevivência pessoal em detrimento do bem comum. Quando se sentem derrotados e afastados dos seus propósitos, comportam-se como verdadeiros Gollum, uma verdadeira cegueira pela sobrevivência política. Sem olhar a meios, sem olhar a uma missão coletiva. Não há espaço para amor à camisola, nem para proximidade com quer que seja. Apenas há espaço para o seu único objetivo, alcançar um lugar que considera à medida. Logo, se necessário, tentam fragilizar a organização política onde estão infiltrados para o fim pessoal.

São notícias na comunicação social, são publicações na sua rede social, são insinuações e intrigas visando intoxicar os menos atentos ou aqueles que têm o mesmo propósito. Ainda se posicionam em frente das lentes dos operadores de câmara ou das máquinas fotográficas, para fingirem que estão presentes. Não ajudam os militantes de base, não ajudam em campanhas, mas aproveitam-se desse trabalho.

E pergunto, quanto vale este político tipo Gollum?

Nada! Não é próximo dos cidadãos, nem perde tempo a ouvi-los (se não trouxer qualquer vantagem pessoal em troca), não é próximo dos militantes do partido onde está infiltrado. É negativista e egocêntrico. Incute o medo, suscita a desconfiança, um verdadeiro mensageiro da desgraça. Chantageia e vende a alma se necessário.

Se está numa posição de liderança, olha para os militantes como meros soldados ou súbditos, de forma altiva e arrogante. Não procura resolver os verdadeiros problemas da sociedade onde se insere. Tenta falar mais alto do que os outros, numa tentativa de maior notoriedade e, com isso, alcançar uma posição que lhe permita obter dividendos pessoais e políticos.

É com este tipo de político que devemos contar para vencer ou lutar por uma causa comum? Não me parece!

Dito isto, enfie o barrete de Político Gollum quem se reconhecer nestas caraterísticas.

Agora, honestamente, opto por outro caminho, o da coletividade, o daqueles que verdadeiramente lutam por um bem comum, por uma causa que é de todos. Opto por discutir entre pares em lugar próprio, com frontalidade, olhos nos olhos. O trabalho político não é uma carreira, é um serviço à comunidade. Onde entram e saem lideranças, lideranças estas que se posicionam consoante as circunstância e cenários políticos, adequando-se o perfil a cada situação. O propósito é único: a causa comum. E este é o caminho que desejo que percorram os militantes, como eu, do Partido Socialista. O foco deverá ser único, a mudança governativa na Madeira, em prol de uma vida melhor para os madeirenses e porto-santenses. Não queremos mais pobreza e emigração dos mais jovens. Igualdade e oportunidades para todos é o fim.

Deixo, assim, o desejo de sucesso ao Paulo Cafôfo que apresenta uma nova candidatura à presidência do PS Madeira. É o líder adequado para este novo cenário político. Sei que contará com o apoio da esmagadora maioria dos militantes e dos atuais e antigos dirigentes do partido, num sinal de confiança na sua pessoa e capacidade de liderança. Num momento em que terá de conciliar, e bem, as funções governativas que desempenha como Secretário de Estado das Comunidades Portuguesas com a futura liderança do PS Madeira, mas é cada vez mais importante o trabalho que faz junto dos nossos conterrâneos que estão lá fora, garantindo oportunidades a todas e todos os madeirenses onde quer que residam.

Para concluir, uma nota sobre o acordo escrito entre o PSD e PAN, que ninguém conhece nem viu, e que ainda aguardamos. Terá o Sr. Representante da República visto? Creio que é um dever para com os madeirenses e porto-santenses dar conhecimento desses compromissos. Aproxima-se a tomada de posse na Assembleia Legislativa da Madeira e do Governo Regional e continua tudo na opacidade e escuridão. A Madeira merece mais.