Comissário europeu para Gestão de Crises diz que UE mantém apoio aos palestinianos
O comissário europeu responsável pela ajuda humanitária, Janez Lenarcic, anunciou hoje que, afinal, a União Europeia (UE) vai continuar a ajudar os palestinianos, "enquanto houver necessidade", depois de o comissário para o alargamento ter anunciado uma suspensão de apoios.
"Apesar de condenar veementemente o ataque terrorista do Hamas, é imperativo proteger os civis", escreveu Janez Lenarcic na rede social X (antigamente Twitter).
O comissário para a Gestão de Crises acrescentou que "a ajuda humanitária aos palestinianos vai continuar enquanto houver necessidade".
As declarações de Lenarcic surgiram depois de o comissário europeu para a Política de Vizinhança e Alargamento, Oliver Varhelyi, ter ao início da tarde de hoje anunciado a suspensão da ajuda aos palestinianos e a revisão de todos os projetos existentes.
Entretanto, os órgãos diplomáticos de vários Estados-membros, incluindo Espanha, Luxemburgo e Irlanda, anunciaram um total desacordo com a decisão anunciada pela Comissão Europeia de suspender a ajuda humanitária aos territórios palestinianos.
Fonte do Governo espanhol interino revelou à agência EFE discordância com a decisão anunciada por Oliver Varhelyi. O ministro dos Negócios Estrangeiros espanhol, José Manuel Albares, conversou com o comissário para expor o mal-estar que a decisão provocou dentro do Governo de Pedro Sánchez.
Albares terá pedido ao chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, para incluir o assunto na reunião de terça-feira entre os ministros dos Negócios Estrangeiros da UE, que foi marcada com urgência para discutir o agravamento do conflito israelo-palestiniano.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros português disse hoje desconhecer a base legal invocada pelo comissário para a Política de Vizinhança e Alargamento para anunciar a suspensão do apoio da União Europeia (UE) à população palestiniana.
Contactado pela Lusa, o Ministério dos Negócios Estrangeiros referiu que "todas as decisões requerem base legal, desconhecendo-se qual a base legal invocada pelo comissário" húngaro Olivér Várhelyi.
O grupo islâmico Hamas lançou no sábado um ataque surpresa contra o território israelita, sob o nome de operação "Tempestade al-Aqsa", com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados por terra, mar e ar.
Em resposta ao ataque surpresa, Israel bombardeou a partir do ar várias instalações do Hamas na Faixa de Gaza, numa operação que batizou como "Espadas de Ferro".
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, declarou que Israel está "em guerra" com o Hamas.
O mais recente balanço do Ministério da Saúde palestiniano registava pelo menos 560 mortos devido aos ataques aéreos israelitas em Gaza -- incluindo dezenas de menores e mulheres -- o que elevava para mais de 1.250 o total de mortes nos dois lados na sequência dos confrontos armados iniciados no sábado.