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A Guerra Mundo

Zelensky compara invasão russa da Ucrânia a ataques contra israelitas

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O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, comparou hoje a invasão russa da Ucrânia aos ataques lançados pelo Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) contra Israel, considerando tratar-se do "mesmo mal".

Numa intervenção por videoconferência na assembleia da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), Zelensky sublinhou que "a essência é a mesma", apesar de as intenções dos que lançam os ataques "poderem ser diferentes". 

"Só há uma diferença: uma organização terrorista atacou Israel, aqui é um Estado terrorista que atacou a Ucrânia", disse o Presidente ucraniano.

"Vemos o mesmo sangue nas ruas. Os mesmos carros marcados por balas. Os mesmos corpos de pessoas torturadas", disse Zelensky, que sublinhou que "nunca ninguém esquecerá o que os terroristas fizeram em Israel".

"Milhares de mísseis contra cidades pacíficas. Tiros contra pessoas na estrada, nos seus carros. Homens e mulheres, crianças. Ninguém foi poupado. As ruas estão cobertas de sangue. Reféns. Os próprios terroristas deram ao mundo imagens de abusos, orgulhando-se deles", denunciou.

Zelenski afirmou que os jornalistas israelitas que estiveram em locais como Bucha afirmam agora estar a testemunhar o mesmo que a Ucrânia viu após a invasão.

Por outro lado, o Presidente ucraniano acusou diretamente o Irão pelo envolvimento nos dois conflitos e censurou as autoridades iranianas pelo apoio à Rússia, com a venda de 'drones' (aparelhos voadores não tripulados), e os ataques a Israel, apesar de Teerão ter negado qualquer participação.

"Vemos quem no mundo está a tentar substituir a força do direito internacional pelo horror do sangue e da catástrofe. Vemos quem, investindo conscientemente no terror, está a destruir a vida de vários povos, da Bielorrússia ao Mali. Nós vemo-lo. E temos de atuar", afirmou Zelensky.

O grupo islâmico Hamas lançou no sábado um ataque surpresa contra o território israelita, sob o nome de operação "Tempestade al-Aqsa", com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados por terra, mar e ar.

Em resposta ao ataque surpresa, Israel bombardeou a partir do ar várias instalações do Hamas na Faixa de Gaza, numa operação que baptizou como "Espadas de Ferro".

Os ataques e a resposta militar fizeram centenas de mortos e mais de mil feridos.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, declarou que Israel está "em guerra" com o Hamas.