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Ministros dos Negócios Estrangeiros da UE reúnem-se de emergência

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Os ministros dos Negócios Estrangeiros dos 27 países da União Europeia (UE) vão reunir-se de emergência por causa do agravamento do conflito israelo-palestiniano, nomeadamente o recente ataque do Hamas e a retaliação israelita.

"À luz do que aconteceu recentemente entre Gaza e Israel, o alto-representante [da UE para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell,] convocou uma reunião urgente e extraordinária dos ministros", anunciou o porta-voz da Comissão Europeia para os Negócios Estrangeiros, Peter Stano, em conferência de imprensa, em Bruxelas.

A reunião vai realizar-se na terça-feira. O ministro dos Negócios Estrangeiros português, João Gomes Cravinho, vai participar por videoconferência.

O porta-voz da Comissão acrescentou que a reunião vai realizar-se parcialmente em Muscat, capital de Omã, onde Josep Borrell está de momento a participar no Conselho de Cooperação UE-Golfo: "Uma parte dos ministros dos Estados-membros já lá está fisicamente, esses participarão presencialmente, os outros por videoconferência."

O objetivo do encontro extraordinário é "discutir o que aconteceu" no último fim de semana, perceber as "implicações e consequências" do agravamento das tensões e o que é que os 27 podem fazer daqui em diante, comentou Peter Stano.

Questionado sobre a possibilidade de haver dinheiro da UE destinado à população palestiniana estar a ser utilizado para financiar o Hamas, o porta-voz da Comissão Eric Mamer garantiu que "não há" e que na reunião de quarta-feira os ministros dos Negócios Estrangeiros "vão verificar toda a situação", do conflito à ajuda humanitária prestada pelos 27.

"Já há discussões em curso, mas a UE não financia o Hamas, diretamente ou indiretamente", referiu o porta-voz, lembrando que a organização faz parte da lista de organizações terroristas do bloco comunitário.

Em relação à retaliação israelita, que provocou um elevado número de vítimas civis, Peter Stano acrescentou que "Israel tem o direito de se defender ao abrigo do direito internacional" e que o "Hamas também está a prejudicar a população palestiniana".

"Isto só vai levar ao agravamento das tensões", advogou o porta-voz da Comissão, acrescentando que se as duas partes não voltarem à mesa de negociações e ao diálogo, o "ciclo de violência vai perpetuar-se".

Já sobre as alegações de que o Irão poderá ter financiado o ataque perpetrado pelo Hamas, Peter Stano comentou que "não compete à UE apontar o dedo" e exortou para a necessidade de "assegurar que o ataque do Hamas é parado".