Jovem madeirense lança livro sobre autonomia em adolescentes acolhidas
Joana Milene Nascimento Gomes é a a jovem madeirense, cuja obra sobre "A Promoção da Autonomia em Adolescentes acolhidas na Casa da Infância e Juventude de Castelo Branco", será apresentada hoje, 9 de Outubro, na Biblioteca da Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Castelo Branco.
"O lançamento deste livro conta com o apoio da Casa da Infância e Juventude de Castelo Branco, da Associação AVESSO e da Associação de Desenvolvimento da Ribeira Brava – ADBRAVA", conta-se na nota de imprensa. "Na Madeira está agendada a apresentação pública para o dia 23 de Outubro, integrado no Festival Avesso, na Ponta do Sol", referem.
Sobre a obra, conta-se que "decorre do trabalho de projeto efetuado no âmbito do Mestrado em Intervenção Social Escolar-Especialização em Crianças e Jovens em Risco, do Instituto Politécnico de Castelo Branco, entre 2018- 2019", sendo que "em Portugal, o Acolhimento Residencial é a medida mais adotada e com maior expressão no âmbito das medidas de promoção e proteção de crianças e jovens em perigo. O acolhimento de crianças/jovens em Casas de Acolhimento Residencial tem sido alvo de muitas investigações nacionais e internacionais, tendo como foco o desenvolvimento e bem-estar das crianças/jovens".
Neste sentido, frisa, "este estudo pretende ser um contributo para esta área de investigação, mais especificamente em compreender como é que uma instituição de acolhimento residencial prepara e promove os processos de autonomia, ou seja, a aquisição e desenvolvimento de competências de autonomia nas crianças/jovens que acolhe (desenvolvimento de competências pessoais, sociais, escolares e profissionais), tendo por finalidade a sua transição para a vida ativa e plena inclusão na sociedade", acrescenta.
Assim, de 2014 a 2018, "Joana Gomes realizou voluntariado e estágio profissional, na Casa da Infância e Juventude – CIJE de Castelo Branco", sendo que "ao longo destes anos integrou, construiu e dinamizou projetos alicerçados na promoção da socialização, educação, responsabilidade, autonomia e participação na vida social, pilares fundamentais para a construção de um projeto de vida autónomo e independente. Ao longo deste processo recolheu evidências que permitiram conhecer as limitações e fragilidades, mas também as potencialidades de cada criança e jovem, a nível escolar, cognitivo, socioemocional e relacional, a revolta, a insegurança e as frustrações que guardam dentro de si, mas também a certeza da necessidade de intervir ativamente e positivamente para promover o seu desenvolvimento biopsicossocial e otimizar as suas competências com vista à sua autonomização", explicam.
"Da análise do percurso percorrido, importa chamar atenção para as prioridades a ter em conta na área dos programas de autonomia no acolhimento residencial", frisa e, por isso, "este trabalho de projeto estruturou-se em torno dos seguintes objetivos:
- Identificar e analisar os projetos/programas/intervenções promotoras do desenvolvimento de autonomia nos jovens com vista à sua transição para a vida ativa e inclusão na sociedade;
- Conhecer a perceção das jovens e da equipa técnica e educativa relativamente à intervenção desenvolvida no âmbito da autonomia das jovens;
- Conhecer as dificuldades/desafios que a instituição encontra na promoção de autonomia das jovens;
- Analisar as competências de vida que as jovens possuem para a saída da instituição;
- Analisar o processo de transição para a autonomia e/ou para a vida ativa; contribuir para a promoção da autonomia das jovens através da implementação de um conjunto de atividades com vista ao desenvolvimento de competências pessoais, sociais e funcionais potenciadoras de uma autonomia plena.
"O presente estudo foi realizado com uma amostra de 4 jovens, 6 cuidadoras e a Presidente da Direção, com a duração de 6 meses (3 de Setembro de 2018 a 4 de Abril de 2019). No decorrer do projeto foi utilizada uma metodologia qualitativa, baseada sobretudo na observação participante e em entrevistas semiestruturadas aos participantes", especifica. "Dos resultados obtidos destaca-se a motivação e a participação ativa das jovens nas atividades de promoção de autonomia implementadas, assim como a importância que atribuem às competências desenvolvidas para o seu futuro. Durante o processo de autonomia é importante que os adolescentes reconheçam as suas potencialidades, possibilidades de inserção na sociedade e consigam uma rede de apoio que contribua para os seus projetos de vida".
Joana Milene Nascimento Gomes é natural da Ribeira Brava, licenciada em Educação Básica pela Escola Superior de Educação do Instituto Politécnico de Castelo Branco, Mestre em Intervenção Social Escolar-Especialização em Crianças e Jovens em Risco, na mesma instituição e tem Formação Pedagógica de Formadores. "É autora da Dissertação do trabalho projeto: A promoção da Autonomia em Adolescentes acolhidas na CIJE-Estudo de Caso (2019), distinguida com o 1º Prémio Engª Amado Estriga, instituído pelo Rotary Club de Castelo Branco (2021) e atribuição de Menção Honrosa pela Cáritas Portuguesa no âmbito do Prémio José Guardado Moreira (2021)".
Actualmente é "animadora sociocultural na Avesso, onde colabora na produção dos eventos culturais e atividades dinamizadas pela associação, assim como na educação/formação (não formal) de crianças e jovens entre os 5 e os 17 anos, com a oficina de teatro Cenas do Avesso, coro infantojuvenil Pequenos Avessos e 'Bravinhas à frente das cortinas', da Adbrava, sendo responsável pelo trabalho desenvolvido em parceria com esta instituição", conclui a nota biográfica.