Dengue, Zika, chikungunya e febre amarela
Tenho assistido com preocupação ao aumento exponencial de mosquitos, cujas picadas e agressividade não dão descanso a ninguém. Tive inclusive a informação de que este ano a densidade de mosquitos está ao nível dos piores anos desde o seu aparecimento na região. Tive também a informação que as regulares fumigações de outros anos, desta vez não tiveram lugar. Não sei se esta ausência de medidas preventivas serão consequência de incompetência, de irresponsabilidade ou negligência?! Seja lá qual for a razão, esta inércia é, na minha perspectiva, totalmente incompreensível.
Como sabemos, o mosquito aedis aegipty, é vector de transmissão de dengue, zika, chikungunya e febre amarela. Estive recentemente em trabalho no Paraguai, onde o referido mosquito é endémico e testemunhei uma epidemia de chikungunya. Felizmente não fui contaminado, mas vários conhecidos meus foram e as descrições dos sintomas são absolutamente horríveis. Pelo que me contaram, o dengue é uma brincadeira de crianças comparado com esta doença. Além de terríveis dores nas articulações, também acontecem náuseas, febre alta e erupções cutâneas. Os seus efeitos podem durar meses, inclusive pode-se converter em dores crónicas nas articulações. E em 2023 houve 288 fatalidades provocadas pelo vírus naquele país.
Perante este cenário, ainda mais incompreensível é a passividade das nossas autoridades. Se tivermos uma nova epidemia de dengue ou, pior, uma epidemia de chikungunya, imaginem as potenciais consequências não só na saúde pública, mas também no turismo. Os danos reputacionais serão tremendos e arriscamo-nos a ter um problema grave para o qual não há solução.
Por favor mexam-se, antes que seja demasiado tarde!
Pedro Teixeira