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Washington expulsa dois diplomatas russos em resposta a medida recíproca de Moscovo

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Os Estados Unidos expulsaram dois diplomatas russos, em retaliação à expulsão por Moscovo de dois diplomatas norte-americanos em setembro, divulgou hoje o Departamento de Estado.

"Em resposta à expulsão infundada pela Federação Russa de dois diplomatas americanos da nossa embaixada em Moscovo, o Departamento de Estado tomou a mesma ação ao declarar dois funcionários da embaixada russa nos Estados Unidos 'persona non grata'", realçou Matthew Miller, porta-voz da diplomacia norte-americana.

A Rússia anunciou em 14 de setembro a expulsão de dois diplomatas norte-americanos, acusados de terem servido como agentes de ligação a Robert Shonov, ex-funcionário russo do consulado norte-americano em Vladivostok, detido no início do ano e suspeito de ter transmitido informações secretas aos Estados Unidos sobre o conflito na Ucrânia.

De acordo com Washington, Shonov só foi contratado pelo consulado para realizar a revista de imprensa de rotina dos 'media' russos de acesso livre.

Os Estados Unidos "não tolerarão o padrão de intimidação do governo russo contra os nossos diplomatas", apontou Miller, citado num comunicado.

Estas expulsões recíprocas ocorrem num momento em que as relações entre a Rússia e os Estados Unidos estão no seu ponto mais baixo, num momento em que Washington é um dos principais apoiantes financeiros e militares da Ucrânia, onde Moscovo lidera uma ofensiva desde fevereiro de 2022.

Mesmo antes desta guerra, os Estados Unidos tinham reduzido significativamente a sua presença diplomática na Rússia, na sequência de um decreto do Presidente Vladimir Putin que limitava a contratação de funcionários locais pelas embaixadas.

O Departamento de Estado dos EUA deixou recentemente claro que o Presidente russo, alvo de um mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional (TPI), não é bem-vindo em solo americano, por ocasião da cimeira do Fórum Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC, na sigla em inglês), prevista para meados de novembro em São Francisco.

Washington não é, no entanto, membro do TPI e, portanto, não teria a obrigação de prender Putin, caso este aparecesse no seu território para esta cimeira.

O TPI está a investigar acusações contra a Rússia de crimes de guerra na Ucrânia e, em março, emitiu um mandado de detenção para Vladimir Putin, acusando o Presidente russo de crimes de guerra pela "deportação ilegal" de milhares de crianças ucranianas. Estas acusações são rejeitadas por Moscovo.

Vladimir Putin não participou recentemente em cimeiras na Índia e na África do Sul, dois países com os quais a Rússia tem melhores relações do que com os Estados Unidos.

"Eu ficaria realmente surpreendido se Vladimir Putin, que recentemente tem estado relutante em viajar para fora das suas fronteiras por medo de ser preso pelos seus crimes... insistir em aparecer em São Francisco", vincou ainda o porta-voz da diplomacia norte-americana.

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