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Antigo presidente Nicolas Sarzozy enfrenta novas acusações de fraude

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Foto EPA

O antigo presidente francês Nicolas Sarkozy foi hoje acusado numa investigação sobre eventuais manobras fraudulentas destinadas a ilibá-lo de suspeitas de financiamento líbio da campanha presidencial de 2007, noticiou a agência francesa AFP.

Sarkozy, que chegou de carro pelas 09:40 locais (08:40 em Lisboa) ao tribunal judicial de Paris, foi acusado de ocultação de suborno de uma testemunha e de conspiração criminosa para preparar uma fraude, disse uma fonte judicial.

As novas acusações abrem caminho a um novo julgamento de Sarkozy, que foi Presidente da República entre 2007 e 2012, segundo a AFP.

Sarkozy, 68 anos, já foi condenado duas vezes, por tráfico de influências e pelo financiamento ilegal da campanha presidencial de 2012, de cujas sentenças recorreu.

O dirigente de direita tem outro julgamento pendente no início de 2025, pelo financiamento da campanha de 2007 com dinheiro líbio, de acordo com a agência espanhola EFE.

A decisão sobre as novas acusações foi tomada após cerca de trinta horas de interrogatório ao longo de três dias e meio.

O processo foi conduzido por dois magistrados responsáveis pela investigação judicial da operação conhecida como "Salvar Sarkozy", que foi aberta em maio de 2021.

Com a acusação, os juízes indicam que acreditam ter provas suficientemente sérias ou corroborantes de que Sarkozy participou em manobras concebidas por pelo menos nove outros protagonistas envolvidos em diferentes graus e em diferentes momentos.

A primeira etapa da operação teria sido obter a retratação das acusações contra Nicolas Sarkozy pelo intermediário franco-libanês Ziad Takieddine, no final de 2020, em troca de um possível pagamento, segundo a AFP.

No primeiro semestre de 2021, alguns dos arguidos terão tentado que o documento líbio divulgado pelo 'site' de investigação francês Mediapart sobre um financiamento de até 50 milhões de euros viesse a ser considerado uma falsificação.

De acordo com a fonte judicial, Sarkozy foi também colocado sob o estatuto de testemunha pelo crime de participação numa associação criminosa com vista a cometer o crime de corrupção ativa de pessoal judicial estrangeiro no Líbano.

Alguns dos protagonistas desta operação são suspeitos de terem tentado subornar juízes libaneses para libertarem um filho de Muammar Kaddafi detido no Líbano, para que a família do ditador líbio, que foi assassinado em 2021, facilitasse a ilibação de Sarkozy.

Os investigadores acreditam que pelo menos 608 mil euros poderão ter sido utilizados para toda a operação, cujo caráter fraudulento é contestado pelos envolvidos.