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Portugal pode tornar-se no segundo maior exportador de vinho para o Brasil

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O consumo de vinhos portugueses no Brasil poderá ultrapassar este ano os argentinos e tornar-se a segunda maior força de vinhos importados pelo gigante sul-americano, disse à Lusa o presidente da ViniPortugal.

Neste momento, o Chile é quem tem a maior cota de mercado, seguido da Argentina e depois de Portugal, que perdeu o segundo posto em 2021 durante a pandemia.

"Aquilo que nós sabemos do mercado, de dados até julho, é que o Chile e a Argentina estão a cair e Portugal é dos poucos países que sobe", afirmou à Lusa Frederico Falcão, que se encontra no Brasil, na feira ProWine São Paulo, onde Portugal tem 275 expositores, cerca de metade do total do evento.

De janeiro a julho deste ano, segundo dados disponibilizados à Lusa pela ViniPortugal, organização que agrupa estruturas associativas e organizações de profissionais do setor com a missão de promover os vinhos portugueses no exterior, foram exportados mais de 13 milhões de litros de vinho português para o Brasil, mais 12,48% que no período homólogo do ano passado.

"Como previsão para 2023 em litros, estimo 25,5 milhões de litros", avançou Frederico Falcão.

Em valor arrecado, a diferença foi ainda maior: cresceu 22% para mais de 42 milhões de euros em sete meses.

Apesar dos bons resultados, Frederico Falcão recordou as desvantagens em termos de taxação do vinho que Portugal sofre em relação aos seus principais competidores.

"Os vinhos chegam à prateleira com um preço mais alto por causa dos impostos", disse, porque existe uma "desvantagem competitiva que se prende com os impostos".

As soluções para tornar o vinho português mais competitivo no mercado brasileiro, avançou, passam pela conclusão do acordo comercial entre a União Europeia e o Mercosul, mas também pela reforma fiscal interna do Brasil.

O Brasil ocupa atualmente a presidência semestral do Mercosul, que debate uma resposta conjunta às novas exigências europeias, para um acordo discutido pelos os dois blocos discutem há mais de 20 anos e que não avança devido a reservas ambientais e receios comerciais de alguns países europeus.

O acordo, que o Presidente brasileiro, Lula da Silva, ambiciona concluir até ao final do ano tornaria o caminho português rumo ao segundo posto muito mais fácil.

 "Não tenho a mais pequena dúvida. Os vinhos chegavam cá muito mais baratos", sublinhou o responsável português.

Ainda, mesmo com as condições de mercado desfavoráveis, Frederico Falcão, está convencido de que Portugal vai "ultrapassar a Argentina em termos de consumo".

"Se não for este ano, seguramente para o ano", apostou, até porque o investimento na organização portuguesa para a promoção de vinhos no gigante sul-americano tem sido forte, cerca de um milhão de euros, focados principalmente nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro.