DNOTICIAS.PT
País

Haverá "democracias mais fortes se não nos contentarmos em esperar para ver"

No discurso do 113.º aniversário da Implantação da República, cerimónia que decorreu na Praça do Município, em Lisboa, o chefe de Estado deixou diversos avisos sobre a necessidade de mudanças e reformas quer em termos internacionais quer em termos nacionais

None

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, defendeu hoje que é possível ter "democracias mais fortes" caso não se opte por "esperar para ver", pedindo reformas "a sério" para evitar mudanças vindas dos pântanos e "revolver águas paradas".

No discurso do 113.º aniversário da Implantação da República, cerimónia que decorreu na Praça do Município, em Lisboa, o chefe de Estado deixou diversos avisos sobre a necessidade de mudanças e reformas quer em termos internacionais quer em termos nacionais.

"A mudança chegar porque se prefere a antecipação ao conformismo, a abertura ao fechamento, a alteração das mentalidades, das instituições e das práticas ao situacionismo e à inércia. Só depende de nós. Nós, responsáveis a todos os níveis, nós povos, nós cidadãos de Portugal, da Europa e do mundo", defendeu.

Exortando a que não se deixe "morrer essa liberdade" em que vivemos, "incluindo a liberdade de pensamento e de expressão, custe o que custar", Marcelo Rebelo de Sousa foi perentório: "Podemos fazer democracias mais fortes se não nos contentarmos em esperar para ver".

"Podemos fazer organizações universais mais fortes se não nos habituarmos a prometer ano após ano a sua reforma, sabendo que não vamos cumprir. Podemos reformar a sério, prosseguir o caminho das reformas, para não termos de ver contrarreformas fazerem ou pretenderem fazer aquilo que fizemos de conta que não importava assumir", defendeu.

No entanto, para o Presidente da República caso as instituições e os sistemas demorem "eternidades a compreender que devem evoluir e reformar-se, reaproximar-se dos povos e desse modo não deixarem espaço para que outros preencham o vazio que vão deixando atrás de si", há um risco evidente.

"Tudo isto poderá suceder e mais depressa do que se pensa: a mudança submergir pântanos, revolver águas paradas, abrir comportas demasiado tempo encerradas", alertou.