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Moscovo planeia atacar navios civis no mar Negro com minas marítimas

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O Reino Unido alertou esta quarta-feira que a Rússia está a planear atacar navios civis no mar Negro com minas marítimas, para impedir a exportação de cereais ucranianos.

"A inteligência (...) sugere que a Rússia está a tentar atingir navios civis que utilizam o 'corredor humanitário' na Ucrânia, para interromper a exportação de cereais ucranianos", realçou o Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico, em comunicado.

Moscovo "certamente quererá evitar afundar abertamente navios civis e culpará injustamente a Ucrânia por qualquer ataque", destacou ainda.

Esta informação "demonstra o total desrespeito do [Presidente russo Vladimir] Putin pelas vidas civis e pelas necessidades dos mais vulneráveis do mundo", enquanto muitos países africanos dependem da agricultura ucraniana para o seu abastecimento de cereais, denunciou o chefe da diplomacia britânica, James Cleverly, citado na nota de imprensa.

Ao tornar pública esta informação, "o Reino Unido pretende denunciar as táticas russas e evitar que tal incidente ocorra", frisou ainda Londres.

A diplomacia britânica realçou também que está a "trabalhar com a Ucrânia e outros parceiros para implementar medidas que melhorem a segurança do transporte marítimo".

Desde o início da guerra na Ucrânia, o Reino Unido mobilizou meios de inteligência para monitorizar a atividade russa no mar Negro.

Segundo Londres, desde a sua retirada do acordo sobre as exportações de cereais ucranianos através do mar Negro, em julho, a Rússia destruiu 130 infraestruturas portuárias na Ucrânia e destruiu 300 mil toneladas de cereais.

No mês passado, o Reino Unido já tinha acusado as forças russas de terem tentado destruir um navio de carga civil com bandeira liberiana atracado no porto de Odessa no final de agosto, com vários ataques de mísseis.

Ao mesmo tempo, a Ucrânia está a realizar os seus próprios ataques com 'drones' e bombardeamentos, que se tornaram quase diários, contra alvos na Rússia.

A contraofensiva ucraniana cumpriu esta quarta-feira quatro meses com avanços no bastião russo de Bakhmut (Donetsk), e na região e Zaporijia (sudeste) para além de tentativas de desembarque na Crimeia.

O Presidente ucraniano Volodymyr Zelensky reconheceu os principais desafios da contraofensiva: os campos de minas colocados pelos russos e a escassez de sistemas e de projéteis de defesa antiaérea.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Os aliados ocidentais da Ucrânia têm fornecido armas a Kiev e aprovado sucessivos pacotes de sanções contra interesses russos para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra.