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Polícias versus Bombeiros

Há sempre uma infinidade de temas para se abordarem, mas na impossibilidade de os meter a todos na mesma “saca”, o melhor é mesmo referi-los sem grandes preferências.

Mas como temos de falar neles, quais escolher? Podemos começar pelo cansaço da guerra da Ucrânia uma vez mais? Esse cansaço deveria ser o suficiente para uma resolução definitiva do conflito entre russos e ucranianos. Essas esperanças foram frustradas completamente e em vez dessa guerra terminar, eis que temos outra.

Para já, o nível de violência é chocante, atingindo picos de brutalidade, de um lado e de outro, resultando em um custo inestimável em vidas perdidas. Entre as muitas tristes consequências da guerra, tem de parar os castigos coletivos, a morte de civis é uma das mais dolorosas, com cenários de pânico, medo e caos em Gaza. A ordem mundial está a ser posta em causa. Estamos todos sentados sobre um barril de pólvora!

Podemos falar também do que se passa cá dentro. Porque não? Falar na “guerra” contra os incêndios, essa alarmante realidade, como aqueles que atingiram violentamente os concelhos da Calheta, e que depois se alastrou ao Porto Moniz, muitas vezes incontroláveis e devastadores, impôs a ativação automática do Plano Regional de Emergência de Proteção Civil da Região Autónoma da Madeira.

Com a ativação do plano de emergência foram acionadas as estruturas de coordenação política e institucional. Aqui, foi também inegável a função do Serviço Regional de Proteção Civil (SRPC), que garantiu a direção, a gestão e o controlo das operações, dos Agentes de Proteção Civil (APC) e das entidades de apoio.

Além disso, estes cenários caóticos, colocaram vidas e propriedades em risco repetidamente, têm uma origem transtornante e revoltante: foram provocados deliberadamente por mãos criminosas. A motivação por trás desses atos pode variar, desde as doenças do foro mental (pirómanos), passando pela vingança pessoal até ganhos financeiros ilegais, mas o resultado é sempre o mesmo: devastação, pânico nas populações e recursos desperdiçados.

Por isso, este artigo tem precisamente dois propósitos, primeiramente, quero lembrar esses POLÍCIAS heróis que trabalharam incansavelmente demonstrando coragem e dedicação inigualáveis na proteção das populações, garantiram muitas vezes a evacuação de pessoas e a ordem durante as crises incendiárias, que deixaram cicatrizes profundas na paisagem, feriu a floresta Laurissilva e a alma dos madeirenses.

Depois, recordar que a coordenação entre polícias e bombeiros foi um exemplo perfeito de como a sinergia entre estes APC foi crucial em todos os momentos de crise e gestão de emergências. Todavia, na prática, o que se percebe, quando pensamos em incêndios, a primeira imagem que nos vem à mente é a dos corajosos bombeiros, mas há um grupo de heróis que muitas vezes passa despercebido: os POLÍCIAS. A atuação dos policias nos últimos incêndios, mostrou a garra, a firmeza e a resiliência que nos caracteriza como polícias, é digna de reconhecimento e aplausos.

Sem desconsiderar os bombeiros, a importância dos polícias em situações de incêndio não deve ser subestimada. Antes mesmo de os bombeiros chegarem ao teatro de operações, os polícias estão lá para coordenar a evacuação de áreas afetadas, garantindo que as pessoas saiam em segurança. Eles controlam o tráfego automóvel para facilitar o acesso dos bombeiros e outros serviços de emergência, mantendo a ordem nas circunstâncias caóticas de um incêndio.

Para concluir, tanto a polícia como os bombeiros desempenham papéis críticos na sociedade, mas as suas responsabilidades e funções são muito diferentes. Eles são dois lados da mesma moeda, trabalhando em conjunto para garantir que as comunidades possam enfrentar essa ameaça de maneira segura e eficaz.