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Primeiro dia do debate do Orçamento termina com tempo por gastar pela maioria das bancadas

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Foto Lusa

O primeiro dia de debate na generalidade do Orçamento do Estado para 2024 terminou ainda com tempos por gastar pela maioria das bancadas, que acumulará com as já longas grelhas de terça-feira.

Na terça-feira, o debate será aberto pelo ministro das Finanças, Fernando Medina, e contará também com intervenções da ministra do Trabalho, Ana Mendes Godinho, e do ministro da Saúde, Manuel Pizarro, estando ainda por confirmar quem fará o encerramento pelo lado do Governo.

Apenas Governo e PCP ultrapassaram o tempo previsto para hoje, um total de 254 minutos, com PS, PSD, Chega, IL e BE a acumularem alguns minutos para o segundo dia.

No total dos partidos, e descontando o tempo já gasto pelo executivo e pelo PCP, transitam de hoje para terça-feira cerca de 20 minutos, que se somam a uma nova grelha de 254 minutos para o debate e ao encerramento, com 101 minutos previstos -- ou seja, mais de seis horas de discussão com arranque marcado para as 10:00 e que culminará com a votação do documento na generalidade.

Na reta final do debate, e já depois de o primeiro-ministro, António Costa, ter esgotado o seu tempo de resposta, a oposição voltou a criticar a proposta orçamental do executivo.

Pelo PSD, o vice-presidente da bancada Hugo Oliveira disse que o documento era de "faz de conta" em áreas como a saúde, educação, defesa ou ambiente.

"António Luís no país das maravilhas, poupe os portugueses de um orçamento digno de Halloween. Gostava tanto que este orçamento fosse o seu amor de inverno", desejou, numa resposta às críticas de Costa às propostas do PSD de reduzir o IRS, que comparou a um amor de verão.

Pelo PS, o deputado Pedro Anastácio respondeu que "um orçamento com que a oposição convive mal tende a ser bom para os portugueses".

O deputado do PCP Duarte Alves acusou o Governo de "mostrar mais uma vez a opção de ser forte com os fracos e fraco com os fortes".

"Exemplo maior está na habitação: ao decidir acabar com o travão nas rendas, o Governo vai permitir o maior aumento dos últimos anos nas rendas; quase uma renda a mais no final do ano e subsidiar a especulação", disse, estendendo a crítica a áreas como os salários ou as pensões, cujos aumentos considerou não cobrirem a subida dos bens alimentares.

Pelo Chega, a deputada Rita Matias, que disse ter recolhido perguntas de jovens via redes sociais, criticou as medidas já anunciadas pelo Governo para este grupo etário, considerando que não são "apoios pontuais no IRS ou algumas noites em pousadas de juventude" que os vão impedir de sair do país.

"Os jovens portugueses não estão a fugir de Portugal, estão a fugir de si, do seu Governo e do socialismo", disse.