Mais uma missão de Cafôfo ou o regresso de quem nunca foi
Paulo Cafôfo diz que liderar o PS e tentar conseguir vencer as eleições legislativas regionais são a batalha da sua vida.
Engraçado, pensei que já o tinha sido há quatro anos, quando levou vários meses a convidar pessoas para um seu governo, quando fez a campanha com os maiores meios de sempre disponibilizados pelo PS, quando usou a Câmara para fazer propaganda da sua candidatura e da sua pessoa e depois a abandonou, sem sequer olhar para trás e sem se preocupar, minimamente, com quem lá ficava (Miguel Gouveia deve ter muito a dizer sobre este regresso).
Engraçado, pensei que era o ensino, como anunciou várias vezes e sobretudo repetiu logo após a sua derrota em 2019. Nessa altura, afirmou que sempre gostara de dar aulas e que voltaria, com muito prazer, à escola do Campanário, onde era professor. Engraçado, não só nunca chegou lá (a orientação parece não ser o seu forte) como perdeu-se e foi parar a Lisboa, após um percurso cinzento, sem sorriso, pelo parlamento madeirense e o qual, para não variar, também abandonou. Nas Comunidades, anda agora por todo mundo, a prometer (mais uma vez sem cumprir) isto e aquilo aos emigrantes (como se viu aquando da ligação directa a Caracas). Campanário é que não o vê….
Engraçado, pensei que era, desta vez sim, a Secretaria de Estado das Comunidades. Onde também disse qualquer coisa parecida, quando foi empossado. Os emigrantes, afirmou, na altura, eram a sua grande causa. Tão grande que, ao que se vê, prepara-se para os abandonar. O que não surpreende: já fez o mesmo com os funchalenses em 2019! E com os madeirenses e com o PS de cá!
Esta, estou certo, não será a missão da vida de Paulo Cafôfo. Porque os madeirenses não esquecem a sua traição e a sua má governação do Funchal, não esquecem a forma como se aproveitou dos atuais dirigentes do PS só para manter à distância Carlos Pereira, não esquecem a forma como tratou Emanuel Câmara e Ricardo Franco (sim ele, porque toda a gente sabe que quem mandava no PS de Sérgio Gonçalves era ele) e não esquecem a forma fácil como tenta apagar com um sorriso (que já não engana ninguém) o que vai dizendo, o que vai prometendo e que sabe que não irá cumprir.
Mas, engraçado, eu pensei que o PS ainda tinha líder e que iriam haver eleições. Que outras pessoas até podem concorrer à liderança socialista.
Mas, afinal, e isto já não é engraçado, enganei-me. Parece que Paulo Cafôfo já se assume como líder, já ganhou as eleições para o PS Madeira. Enfim, o ato eleitoral será mais uma falácia, para perpetuar Cafôfo neste limbo do poder. Sim, perpetuar! Ou acham que ele alguma vez se foi embora?! Sérgio Gonçalves que o diga!
Ângelo Silva