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Madeira

Regresso de Cafôfo "é bom demais para ser verdade"

Embora reconheça "competência" ao actual líder do PS-Madeira, Duarte Caldeira diz que Sérgio Gonçalves não tem o carisma de Paulo Cafôfo

Hélder Santos/ASPRESS
Hélder Santos/ASPRESS

O leque de reacções ao anunciado regresso de Paulo Cafôfo também se estende a figuras históricas do PS-Madeira, como é o caso do seu fundador. O estado de espírito de Duarte Caldeira não poderia ser mais explícito.

"Aquilo que eu acho é que é bom demais para ser verdade, porque sempre disse ao Paulo Cafôfo para não deixar a liderança do partido e para continuar. Agora, ele tem todo o meu apoio", começa por enfatizar Duarte Caldeira, traçando desde logo uma comparação peculiar com o actual presidente do partido.

Cafôfo é de novo candidato à liderança do PS-M

Uma semana após a pesada derrota nas ‘Regionais’, Sérgio Gonçalves não se demite da direcção socialista, mas diz que não será recandidato. Secretário de Estado das Comunidades revela ao DIÁRIO que vai disputar eleições no partido que já liderou. O congresso regional do PS será antecipado. É esta a notícia que faz manchete na edição impressa do DIÁRIO de Notícias da Madeira de 3 de Outubro de 2023.

Embora eu considere o Sérgio Gonçalves uma pessoa muito competente e séria, falta-lhe o carisma. O Paulo Cafôfo tem carisma. As pessoas conhecem-no e eu, aliás, disse ao Paulo Cafôfo e disse ao Sérgio Gonçalves que o número um da lista do PS, nestas eleições regionais, deveria ser o Sérgio a número um e o Paulo Cafôfo a número dois. Não quiseram e agora parece-me que estão a querer dar-me razão. Duarte Caldeira

Duarte Caldeira vai mais longe e até considera que se Paulo Cafôfo não tivesse deixado o partido, o PS-Madeira teria outro resultado no dia 24 de Setembro, possivelmente "arrumando de vez" com o PSD. Por isso, o socialista lamentou a decisão tomada nas autárquicas, em 2021. "Eu sei que é preciso ter feitio, é preciso estômago para aturar uma série bilhardices, mas na hora da demissão faltou-lhe, literalmente, muita calma. O momento era nunca ter saído de líder. Esse é que era o grande momento".

O fundador do PS-Madeira que critica ainda o acordo que sustenta a maioria. "A senhora do PAN, a tal que está a aparar o jogo do PPD, não tem nada de PAN, porque se tivesse nunca faria o que fez. O PAN nada tem a ver com o PPD. Claro que aqui na Madeira deturpa-se tudo. É como chamar social-democratas ao PPD. Eles não são social-democratas", rematou.