Preço das casas "acarreta consequências desastrosas para todos os madeirenses"
Afirma o Chega-Madeira
Em reacção à notícia da edição desta terça-feira, 3 de Outubro, do DIÁRIO, que dá conta que os preços das casas na Madeira têm mantido um ritmo acelerado, Miguel Castro, líder do Chega-Madeira afirma que os números anunciados representam o agravamento da crise na habitação, a qual, a seu ver, “acarreta consequências desastrosas para todos os madeirenses, que sentem cada vez mais dificuldades em fazer frente aos custos associados à habitação, e de forma especialmente incisiva para as gerações mais novas, que não estão a conseguir encontrar uma habitação digna e a custos acessíveis que lhes permita enfrentar a vida adulta de forma independente, fazendo um planeamento familiar responsável.”
Conforme divulgado na edição de hoje do DIÁRIO, a Madeira é a região do país com o maior aumento no preço das casas por metro quadrado, entre Julho e Setembro deste ano, sendo o Funchal uma das três zonas mais caras do país, já acima dos três mil euros por metro quadrado. Especificamente, os preços das casas na Madeira apresentaram uma subida de 6,5% no terceiro trimestre, face ao ano anterior, sendo os municípios do Funchal, Calheta, Ribeira Brava e Ponta do Sol os mais caros em todo o arquipélago. Em contrapartida, os mais económicos são Santana, Machico e São Vicente. Chega-Madeira
Miguel Castro aponta “o desinvestimento do governo regional na habitação social, a especulação imobiliária selvagem (alimentada pelas ligações de certos grupos económicos ao poder instalado) e, por fim, as exigências desumanas dos bancos nos créditos à habitação, as quais são insuportáveis para a grande maioria dos madeirenses.” Em conjunto, estes três aspectos “criaram a crise que hoje se abate sobre os madeirenses, que têm de ver a sua terra a ser vendida a retalho ao licitador mais abastado, com o governo a cruzar os braços e nada fazer, mesmo quando vê os que aqui nasceram e que aqui trabalham a serem empurrados para as periferias e até para o estrangeiro, pois não encontram na sua terra condições para viver e constituir a sua família.”
Para fazer face ao problema, o Chega defende uma resposta multifacetada, que permita ultrapassara situação.
Por um lado, tem de ser acelerado o investimento na habitação social, mas a preços acessíveis e adequados à realidade económica da Região, pois de nada serve continuar a explorar quem trabalha por detrás de uma capa falsa de habitação a custos controlados. Em segundo lugar, o governo deve intervir junto da banca, taxando os lucros extraordinários que a mesma tem vindo a registar à custa dos juros que cobra e reinvestindo os valores assim angariados em programas de habitação. Em terceiro lugar, os municípios precisam de rever os seus PDMs e funcionamentos internos de maneira a tornar mais ágil o licenciamento à construção. Por fim, é preciso rever todo o quadro fiscal associado à aquisição de imóveis e dar passos para que o Estado não continue a ser uma âncora pesada e amarrada aos pés de quem quer comprar casa. Assim, deve ser debatida a abolição do IMI, assim como determinada a implementação de vantagens fiscais significativas e de condições privilegiadas de empréstimo aos jovens que estejam a adquirir a primeira habitação.” Miguel Castro.
A concluir, afirma que irá propor estas medidas à Assembleia Legislativa da Madeira, procurando reunir o "consenso mais alargado possível de forma a combater um problema real e preocupante".