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Madeira

“Dá mais trabalho pensar do que rezar. O povo mais quer rezar do que pensar”

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Foto Miguel Espada/ Aspress

“Tudo isto é o reflexo de uma deformada educação sexual nos seminários”. A frase é do padre Martins Júnior e introduziu o próprio para o momento alto deste Madeira 7 Talks.

Sem papas na língua – como a todos já habituou – falou de Igreja, sexualidade e, sobretudo, de uma sociedade com pouca vontade de pensar.

“Já não tenho idade para isto!” – brincou – mas provou precisamente o contrário.

“Tudo isso são os frutos de uma educação sexual e não é só nos seminários”, reiterou o padre Martins, que voltou a criticar o celibato na Igreja Católica, considerando-o contrário “ao que de mais anímico e profundo, existe na psicologia e na biologia humana”.

“Seja solteiro quem quer, seja casado quem quer. Não é uma questão sexual apenas. É uma questão do protótipo”, disse. Isto porque a seu ver a figura do padre é mais do que “um disco de missas e novenas”, mas antes, “um líder”.

O padre é um líder (…). Nós somos educadores de um povo. Ora, neste aspecto, um padre obrigatoriamente celibatário é um sinal contrário à sociedade, em que tudo na biologia, nas plantas, nos animais, é fruto da união do homem e da mulher

Para Martins Júnior, o que realmente falha em tudo isto “é o conceito de religião”.

“Tenho dito isto toda a vida: Dá mais trabalho pensar do que rezar e o povo mais quer rezar do que pensar. Tudo isto é o corolário de uma religião mal formada”, resumiu.

Passando da Fé ao Futebol (saltando o Fado), a Carlos Pereira coube responder à questão: “És o novo D. Sebastião do Marítimo?”

O empresário e ex-presidente dos ‘verde-rubros’ reconhece que “é chocante olhar hoje para o Marítimo e vê-lo na segunda divisão”, mas afirma categoricamente: “Estamos perante o não candidato”.

Carlos Pereira assumiu, pela primeira, vez que não se recandidata à presidência do Marítimo, mas espera que o poder do clube “não caia na rua”.

“As religiões institucionalizadas não têm futuro”, vaticina o sempre crítico padre Martins, Carlos Pereira espera que o clube que viu crescer não siga o mesmo rumo.

E, nesta, nota, terminou mais uma edição do Madeira 7 Talks.