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Madeira

Uma questão de bengalas

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Fotos Miguel Espada/ Aspress

Presenteados com uma bengala, Mónica Freitas e Roberto Almada subiram ao palco do Madeira 7 Talks, no Nini Andrade Centre, para falar do novo Governo Regional da Madeira, liderado pela coligação PSD/CDS-PP e viabilizado pelo PAN.

A bengala – conforme explicou o moderador António Barroso Cruz, em jeito de desafio – deve-se ao facto do PAN ser “a bengala do Governo Regional” (a pergunta ficou no ar) e o Bloco a bengala do Governo da República no período ‘geringonça’.

Roberto Almada, que também está de volta ao parlamento madeirense nesta legislatura, confessa que “foi com surpresa” que, na noite eleitoral, viu Mónica Freitas, colega de profissão, ser eleita.

Respondendo à ‘alfinetada’ do moderador Roberto Almada lembrou que na República, o BE “segurou um governo minoritário”. “Em vários países da Europa isso faz-se, cada vez mais assim”, apontou, dando os exemplos da Espanha e da Alemanha.

Voltando ao PAN não esconde “alguma mágoa” pelo acordo celebrado com a maioria PSD/CDS-PP.

“Fiquei um pouco desiludido com o facto de um partido de causas ter decidido prorrogar um poder que nos desgoverna há demasiado tempo”, disse o deputado do Bloco. E insistiu: “Este é um poder que nem sempre teve este verniz de democracia. É um regime que perseguiu opositores, desrespeitou o parlamento (…) e, tantas vezes, fez desta democracia uma espécie de democracia”.

“A título pessoal, tenho pena que tenha sido o PAN a dar a mão a este partido”, reiterou Roberto Almada.

À pergunta: “O PAN Madeira é esquerdista, centrista, direitista ou oportunista?”, de António Barroso Cruz, Mónica Freitas foi hábil na resposta, puxando pelos ‘galões’ da juventude e do combate aos rótulos sejam eles políticos, de género ou ideológicos.

Não nos situamos nem à direita nem à esquerda. Somos um partido de causas. E acho, enquanto jovem, o futuro passa por aí. Sem termos necessidade de meter tudo em caixas e caixinhas. Oportunistas? Sim. Aproveitámos aqui uma oportunidade. Mónica Freitas

Não obstante, a deputada eleita pelo partido animalista recorda que “a culpa de o PSD/CDS-PP ter tido maioria não foi do PAN” e pede respeito pelas escolhas do eleitorado.

Num outro registo, Mónica Freitas aproveitou para anunciar que “A minha vida resumida em cinco segundos de YouTube” é título do novo episódio do seu podcast, uma crítica à forma como a sociedade actual consegue reduzir e vincular a vida das pessoas a uma determinada faceta.