Têm planos para amanhã?
Tive oportunidade de assistir, esta semana, a uma apresentação sobre o programa de sustentabilidade que está a ser implementado pelo destino. Uma excelente apresentação de uma excelente ideia, que só é pena não ter correspondência com a realidade.
Tal como aquele que foi o plano estratégico, que parece ter saído de um sorteio – era mais do que um e foram escolher o pior pelo que é preferível, a bem da opinião que queremos ter das pessoas, que pensemos assim – de que já tantas vezes aqui falei, também em relação à sustentabilidade, sempre que a opção é difícil ou colide com interesses a decisão sai errada.
São vários os exemplos, já por demais falados, que afectam sobremaneira os dois planos aqui referidos. Ginjas, campo de golfe, teleférico, molhe da Pontinha, construção excessiva e excessivamente concentrada; por aqui me fico pois, provavelmente, os caracteres depois vão fazer-me falta. Mas há mais!
Não vale de nada dizerem, como também oportunidade de ouvir, que não sei quantos por cento do plano está implementado, nem que seja porque não existe nenhum acompanhamento estatístico (partilhado?) que valide essa afirmação. Mas posso comparar: - dois terços da Ilha são protegidos (graças a Deus Nosso Senhor; o que não seria se assim não fosse); o problema é o que se deixa fazer no outro terço…
O tema sustentabilidade devia efectivamente ser considerado prioritário e não uma ideia para um discurso ou mais meia dúzia de organismos. Devia envolver todos, devendo eu aqui referir que provavelmente pela minha irrelevância estatística, nunca antes me tinham falado sobre este tema, o que não deixa de ser uma pena até porque estamos a fazer o nosso caminho e com algum investimento efectivo e significativo.
Quando digo falar, não estou a pedir que venham com o já costumeiro cabaz de apoios, que depois também não existe na prática, pois falta sempre um papel, um carimbo, um texto ou algo assim importantíssimo. Menciono isto porque gostava de perceber como posso ser contribuinte efectivo, não só na tal dita minha micro realidade, mas para o todo da Região.
Agricultura e pescas, pela questão da produção local; evidentemente que o sector da construção civil, que é basicamente que manda nisto tudo e que podia ter um pouco mais de noção; o sector dos serviços em geral, que pode claramente ganhar com procedimentos diferentes e mais adequados a esta realidade; se todos estivéssemos no mesmo barco, talvez aí a minha esperança no futuro pudesse ser outra…
O dia de hoje pode ser óptimo mas pobres de nós que não percebemos o que estamos a fazer com o nosso amanhã.