DNOTICIAS.PT
Mundo

Líder xiita Sadr exige o encerramento da embaixada dos EUA em Bagdade

None

O influente líder religioso iraquiano Moqtada Sadr exigiu que o Governo iraquiano "feche" a embaixada dos Estados Unidos em Bagdade devido ao "apoio incondicional" de Washington a Israel na guerra contra o movimento islamita Hamas.

"Se o Governo e o parlamento não responderem favoravelmente a este pedido, tomaremos outras ações que anunciaremos mais tarde", alertou na rede social X (antigo Twitter) o dignitário xiita, promotor de golpes de Estado na sua oposição ao governo iraquiano.

No Iraque, existe um amplo consenso sobre a defesa da causa palestiniana que transcende as diferenças políticas e, tal como o seu vizinho Irão, inimigo do Estado israelita, Bagdade não reconhece Israel.

O primeiro-ministro iraquiano, Mohamed Shia al-Sudani, denuncia a "ocupação sionista" desde o início dos bombardeamentos israelitas em Gaza, que classifica como "genocídio" do povo palestiniano.

Os atentados já mataram mais de 7.300 pessoas, a grande maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do Hamas, que controla a Faixa de Gaza desde 2007, considerado terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, e apoiado pelo Irão.

Israel iniciou os ataques após o ataque surpresa sem precedentes do Hamas no seu território em 7 de outubro, que já matou mais de 1.400 pessoas.

No Iraque, assim como em muitos outros países árabes e muçulmanos, realizam-se manifestações todas as sextas-feiras para denunciar os bombardeamentos israelitas e para apoiar os palestinianos.

Além disso, há pouco mais de uma semana, as forças dos EUA e os seus aliados destacados no Iraque têm sido alvo de ataques, a maioria dos quais reivindicados por um grupo apelidado de "Resistência Islâmica no Iraque" em canais do Telegram afiliados a poderosas fações iraquianas pró-iranianas.

Na quinta-feira, o Pentágono contabilizou pelo menos 16 ataques deste tipo no Iraque e na Síria, apontando o dedo a "milícias apoiadas pelo Irão".

O Governo iraquiano é apoiado por partidos pró-iranianos com relações estreitas com Teerão. Mas também deve preservar as suas relações com os Estados Unidos, cujos 2.500 soldados estão destacados no Iraque.

Na segunda-feira, o Iraque condenou os ataques "inaceitáveis" contra soldados norte-americanos e disse estar a investigar.

Perante estas tensões, Washington ordenou na passada sexta-feira a retirada de pessoal não essencial da sua embaixada em Bagdade, localizada na Zona Verde, um setor fortificado da capital iraquiana, e do seu consulado em Arbil, no Curdistão iraquiano.