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Madeira

Portos de cruzeiros das ilhas atlânticas unem-se para enfrentar “concorrentes fortes” como Lisboa

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As autoridades portuárias da Madeira, Las Palmas, Tenerife e Cabo Verde formalizaram, esta manhã, no Funchal, a constituição formal da Associação Internacional dos Portos das Ilhas da Macaronésia. A constituição de uma entidade com personalidade jurídica, registada nas Canárias, vem aprofundar uma cooperação para a promoção dos cruzeiros iniciada há quase três décadas. O presidente do Governo, Miguel Albuquerque, que assistiu à cerimónia, referiu que este passo é importante para enfrentar a “concorrência forte” no sector e continuar a atrair as escalas de paquetes.

“Lisboa, neste momento, é um concorrente da Madeira. É um ‘hub’. Consequentemente, nós temos que nos associar no sentido de garantir que os nossos percursos são cada vez mais conhecidos e mais atractivos. Esta Associação é muito importante. Ainda bem que está constituída e penso que temos muito trabalho pela frente, no sentido de garantir que os nossos cruzeiros e os nossos portos turísticos são cada vez mais atractivos, eficientes do ponto de vista energético e ambiental e cada vez mais interactivos. Temos que estar em comunicação permanente no sentido de garantir uma melhor promoção”, declarou o governante.

Albuquerque referiu que as ilhas europeias e Cabo Verde têm “um grande desafio” pela frente, que é a necessidade de se associarem para “fazer 'lobbing' no sentido positivo”, no contexto da União Europei, já que a tendência tem sido de deslocamento do poder para o centro e leste. “Isso faz com que a UE esteja a perder o foco nas políticas atlânticas. É preciso dizer que o que dá uma grande dimensão à UE do ponto de vista geopolítico é indiscutivelmente as ilhas e sobretudo as regiões ultraperiféricas, porque estas são uma presença física da UE no Atlântico, nas Caraíbas, na América do Sul e no Índico”, defendeu o mesmo governtante.

A presidente dos Portos da Madeira (APRAM), Paula Cabaço, afirmou que a constituição da nova Associação vem reforçar o posicionamento geoestratégico dos portos das ilhas no corredor do Atlântico, o que permite alcançar novos mercados. Nesse sentido, a parceria que já existia revelou-se como “um exemplo de sucesso”. É que se no ano 2000 circulavam no itinerário das ilhas atlânticas cerca de meio milhão de passageiros de cruzeiros, hoje são mais de 3 milhões de passageiros.