Serviço Nacional de Saúde
O Serviço Nacional de Saúde vai de mal a pior. O clima de insatisfação une utentes e médicos, cada um com as suas razões. Os médicos porque reclamam melhores condições de trabalho, recusando-se a contribuir com horas extraordinárias a mais, sem a retribuição justa pelo tempo que dão, os utentes que, na falta dos médicos, agonizam por falta de cuidados ou pelo acesso tardio aos serviços de saúde.
A percentagem de médicos em greve, 85%, na última paralisação, é bem reveladora do estado desolador a que chegou a saúde. Enquanto isso, os utentes têm de pernoitar desde a madrugada ou mesmo a noite toda para conseguirem uma senha, com esperança de serem atendidos no dia.
Os tempos de espera por consulta e cirurgia aumentam, há cada vez mais utentes sem médicos de família e a falta de profissionais e de uma verdadeira organização funcional do sistema nacional de saúde chegam a levar ao encerramento dos serviços de urgência.
Na Madeira, felizmente, a realidade é diferente. Há um caminho que está a ser percorrido, e tem tido resultados positivos, para melhorar o acesso aos cuidados de saúde, a começar pela valorização dos profissionais, com a contratação de mais médicos, enfermeiros e técnicos, e com investimento efetivo nas infraestruturas e equipamentos ao dispor do utente. A aposta na proximidade e na humanização dos cuidados de saúde é cada vez mais evidente, em especial nos centros de saúde, onde a taxa de médico de famílias tem vindo a crescer nos últimos anos, estimando-se chegar, muito rapidamente, aos 100% com novas contratações.
Um utente da Madeira que se desloque a um centro de saúde ou ao hospital tem a garantia que vai ser atendido. Tem a certeza que poderá ter ajuda no acesso aos medicamentos, seja na farmácia hospitalar, mesmo à saída da urgência, ou através da comparticipação direta nas farmácias comunitárias.
Não existem sistemas perfeitos nesta ou em qualquer área, mas os madeirenses estão, sem dúvida, mais bem servidos e têm um melhor acesso à saúde do que os seus compatriotas que vivem no Continente português.
Graça Ferreira