IUC: imposto muito controverso
Manifesto de interesses: não tenho carro mas, solidarizo-me com centenas de milhar de portuguesas(es) que não têm poder monetário para ter viatura com poucos anos e, menos ainda, comprar carro novo.
O Imposto Único de Circulação (IUC) apresenta um objectivo amigo do ambiente, que diz: quanto mais velho for o carro mais polui.
Porém, a rede pública de transportes, que diminui o trânsito, é deficitária, suprimida e, agora, anda antes do horário aprazado(!).
Escrevo, por experiência própria, tendo de pagar passe no início do mês e ser mal servido... O executivo falha clamorosamente e, ainda mais, na interioridade, porque aqui, em muitas povoações nem há transporte colectivo!
Quem não tem um «chaço» como se desloca para o ganha-pão?
O parque automóvel está envelhecido. Que tal haver uma compensação para o abate das velhas viaturas, para se poder adquirir outras mais novas amigas do ambiente?
Esta medida é um factor de pressão (lóbi) da indústria dos carros eléctricos?
Estes conseguem ser mais poluentes por via das suas baterias a lítio?
Esta medida da governança é impopular, mobilizando toda a Oposição contra ela.
Há mais de 300 mil assinaturas numa Petição Pública, número além daquele previsto para obrigar os deputados a discutir a medida no Parlamento.
Se esta carga fiscal é para tributar emissões poluentes, reduzindo-as, porque é que o governo por via da redução das portagens incentiva as suas passagens/utilizações, para que haja vasta poluição?
O IUC atinge os que menos têm. Estamos em presença de mais um esbulho aos mesmos de sempre?!
Vítor Colaço Santos