José Eduardo Franco agraciado no Brasil fez questão de lembrar as suas raízes madeirenses
O historiador e pensador madeirense José Eduardo Franco recebeu hoje, dia 23 de outubro, a Medalha de Mérito Antônio Paim, no Brasil, a mais alta comenda da Ordem de Mérito do Pensamento Brasileiro. A cerimónia aconteceu no Salão Nobre da Academia Brasileira de Letras e foi presidida pelo professor Doutor Edgard Leite Neto.
O madeirense o foi o único estrangeiro a ser reconhecido e no discurso que proferiu, José Eduardo Franco fez questão de lembrar as suas raízes e os seus antepassados madeirenses:
“Neste momento em que recebo esta Medalha de Mérito, recordo emocionado a história longa de emigração entre Portugal e o Brasil e, particularmente, a dos meus antepassados que emigraram da bela terra onde nasci, a Ilha Madeira, para as Terras de Vera Cruz, tendo sido também construtores deste imenso país. A proto-emigração da Madeira para o Brasil começou no século XVIII com o envio do primeiro conjunto de famílias do Arquipélago da Madeira e o mesmo número do Arquipélago do Açores para reforçar o povoamento do Sul do Brasil, aportando na chamada Ilha do Desterro, hoje a belíssima cidade de Florianópolis que ajudaram a fundar. Desde então, ao longo dos séculos XIX e XX até hoje não mais pararam os ciclos emigratórios em dois sentidos de ambos os lados do atlântico, em que Portugal e o Brasil funcionavam como almofada um do outro para acolher os que procuraram uma vida melhor nos tempos de crise e de perseguição política. Esta multidão imensa dos nossos antepassados ajudou a edificar e continua a contribuir para suprir as lacunas de mão de obra e de empreendedorismo dos nossos países irmãos. Hoje, ao receber este agraciamento das mãos do Ilustríssimo Presidente da Academia Brasileira de Filosofia, sinto-me irmanado com os meus antepassados, os quais procuro honrar trabalhando na área da história, do pensamento filosófico e da ciência em ordem a contribuir para o progresso cultural do Brasil e de Portugal, valorizando as nossas raízes e dimensões que nos unem.”
