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Crónicas

E agora, Miguel?

Não se precisam de novas obras. Urgem novas ideias. Acresce a tarefa de pegar no partido. Criar onda autonómica

O cenário é exigente: governar, com o sucesso possível, uma Região Autónoma insular inserida num país pobre, onde o risco de pobreza tem indicadores inaceitáveis.

O resultado eleitoral traduz falta de confiança colectiva na Autonomia para perspectivar um destino diferente da pobreza “franciscana” portuguesa.

Não vou avaliar os resultados eleitorais. Durante a campanha parecem todos acreditar na social democracia mas, ao fim e ao cabo, dispersam votos tirando clareza à solução política pretendida. O que é verdade é o PSD não ter tido maioria absoluta, não conseguindo formar governo estável nem, pela segunda vez, ocupar o principal cargo da democracia política regional.

Ainda há a acrescentar aquelas cenas patéticas dos líderes nacionais do PSD e CDS, Luís Montenegro e Nuno Melo, a tomarem o palco de uma festa anunciada à qual nunca deviam ter vindo.

O PSD funciona muito bem sozinho. A dupla Albuquerque/Calado é imbatível mas foi previamente desfeita. A parelha Albuquerque/Barreto tinha carga negativa. Não têm nada a ver um com o outro. Foi tudo muito amador, acreditando em sondagens erradas. O PSD conhece o terreno como nenhum outro partido. O povo gosta do PPD e respeita todo o seu contributo histórico. Estas novas parcerias oportunistas, com gente chantagista, tiraram dinâmica e coerência a uma campanha política. Não pode valer tudo para governar. Quem ganha tem vantagem, mais a mais contra uma minoria de esquerda sem qualquer qualificação política. O PS conhecia, desde há muito, o seu destino eleitoral. Ninguém os quer para governo. Já anunciaram um D. Sebastião para daqui a quatro anos. Entretanto, ficam os seus responsáveis perdedores a “brincar” à política no parlamento. Como as demais “carcaças” partidárias que por lá perduram.

Todo o mundo sabia que, na Madeira, só pode haver governo no centro/direita. A esquerda é folclore inútil.

Alguém se lembra de alguma boa ideia proposta por Sérgio Gonçalves? Alguém recorda qualquer promessa de António Costa feita na Madeira? Quem tanto promete ao país como Costa, sabendo das muitas aspirações da Madeira, não foi capaz de enunciar, nem que fosse uma, “mentirinha” eleitoral.

E antes que venha a nova onda demagógica socialista, é bom deixar claro, em resolução parlamentar, o caderno de encargos da Madeira à República. Para que quem chegue com embalagem artificial perceba que não chega primeiro e existem exigências ainda por satisfazer pelo Estado.

Miguel Albuquerque vai governar uma equipa mais ágil. Acresce a essa tarefa a difícil obra de pegar no partido, para além das reuniões do conselho regional laranja, criando uma onda autonómica e vencedora. Sem atrapalhos que descaracterizam o que de melhor tem o PSD. Só se erra uma vez.

Mas o caminho a seguir exige bandeiras claras sobre o que pode mudar as perspectivas de futuro dos madeirenses e porto-santenses. Não se precisam de obras. Urgem novas ideias. Escreveremos sobre isso.

Não mudem a hora de verão

A Madeira não tem inverno. Então porque adotamos a hora de inverno ? Porque não deixamos a hora de verão todo o ano. Anoitece mais tarde e, com o nosso clima, bem podemos desfrutar, depois do trabalho, de algum lazer com luz do dia antes de ir para casa: passear, correr, sentar numa esplanada, etc.

No inverno teremos uma hora menos que Lisboa, fazendo jus à longitude e à distância para o meridiano de Greenwich. Já foi assim na década de oitenta. O governo regional definia a hora.

De manhã só gastam energia os que se levantam cedo. Á tarde todos acendem as luzes à mesma hora.

Prédios a preto

O Funchal tem sido preenchido por prédios negros e escuros que nos últimos anos têm sido construídos. As pessoas falam “baixinho” na crítica a esta “modernice”. As nossas cores tradicionais são o branco, creme e rosa. Prédios a preto, castanho ou verde escuro não são nossa tradição e não deviam ser autorizados. Ter o preto como sua cor diária favorita não implica pôr a preto tudo à volta. Obviamente que é mais culpado quem autoriza que quem propõe. Este comentário não envolve qualquer sentido depreciativo sobre empresários dinâmicos que ajudam, muito, o desenvolvimento da Madeira. Apenas pretende dar um contributo para um debate sobre matéria que muito diz ao nosso povo. A bem da bela Cidade do Funchal.

Ana Gomes condenada

O tribunal condenou a maior difamadora da montra televisiva. Devia ser proibido comentar aos difamadores da reputação e bom nome alheio. Sem credibilidade para dar opinião. Eu não oiço, nem vejo. Tenho ódio à falta de carácter.