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Putin e Lula defendem cessar-fogo rápido em Gaza

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Foto AFP

Os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e do Brasil, Lula da Silva, defenderam hoje, em conversa telefónica, um cessar-fogo rápido e a livre entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza.

"Foi expressada a importância de um cessar-fogo rápido, da retirada de cidadãos estrangeiros da Faixa de Gaza e da garantia de entrada livre de ajuda humanitária no enclave", informou o Kremlin num comunicado.

Putin e Lula abordaram a cooperação entre os dois países para adotar "medidas eficazes para desescalar a crise" na ONU, "sem demora", de acordo com o comunicado, que refere que o objetivo deste "trabalho comum" é promover o processo de paz a fim de criar um Estado Palestiniano independente que viva em paz e segurança com Israel.

Hoje, um terceiro comboio de ajuda humanitária composto por 20 camiões entrou em Gaza oriundo do Egito.

Recentemente, a Rússia e o Brasil apresentaram resoluções ao Conselho de Segurança das Nações Unidas para conseguir uma "pausa humanitária" entre Israel e o grupo islamita Hamas, iniciativas que não prosperaram devido a divergências com os Estados Unidos.

Na sexta-feira, Lula exigiu o fim dos ataques "nessa luta insana entre o Hamas e o Estado de Israel", defendendo que o mundo devia parar de "tentar resolver as suas diferenças com balas".

Ao mesmo tempo, Putin denunciou o "fracasso" da política dos Estados Unidos no Médio Oriente e acusou Washington de ignorar tanto as resoluções da ONU como os interesses do povo palestiniano.

Os dois líderes também falaram hoje sobre a Ucrânia.

Putin denunciou a política "destrutiva" de Kiev e dos seus apoiantes ocidentais, e sublinhou a vontade da Rússia de dialogar desde que o seu inimigo cumpra as suas condições e aceite a realidade no terreno, aludindo à anexação de quatro regiões ucranianas.

O comunicado do Kremlin refere que o Presidente do Brasil "manifestou-se a favor de procurar formas de resolver o conflito por meios políticos e diplomáticos".

O grupo islamita do Hamas lançou em 07 de outubro um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, fazendo duas centenas de reféns.

Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e que é classificado como terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, bombardeando várias infraestruturas do grupo na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.

O terminal de Rafah, no sul de Gaza e a única passagem para o Egito, vai permitir que a ajuda humanitária chegue ao território palestiniano.

O conflito já provocou milhares de mortos e feridos, entre militares e civis, nos dois territórios.