O DIÁRIO publica hoje na edição imprensa e com dois vídeos na plataforma on-line, uma reportagem sobre os efeitos dos incêndios deste mês na Madeira nos trilhos BTT, em especial, no concelho da Calheta. Um dos comentários ao trabalho, no Facebook do DIÁRIO, diz que, em Setembro, era comum ver Miguel Albuquerque em todo o sítio, mas que, agora, para visitar as pessoas vítimas dos incêndios, isso já não acontece. Mas será verdade que Miguel Albuquerque ainda não visitou as vítimas dos incêndios?

A análise à veracidade da afirmação começa a partir do dia 13 à tarde. Até aí, Miguel Albuquerque acompanhou a situação à distância, o que foi garantido por Pedro Ramos. O secretário regional da Saúde e Protecção Civil disse que o presidente do Governo estava fora da Madeira, em deslocação particular, mas depois soube-se que esteve na Bitcoin Amsterdam, onde fez um anúncio relacionado com a governação da Região.

Sobre os incêndios, no dia 12, Pedro Ramos disse que Miguel Albuquerque participaria, no dia seguinte, dia 13, quando regressasse à Madeira, numa conferência de imprensa nas instalações da Protecção Civil. Assim foi.

Ainda no dia 13, Miguel Albuquerque foi ao Porto Moniz, onde lavraram os incêndios. Contactou com responsáveis políticos locais e fez questão de subir à Santa para verificar o que havia acontecido ao espaço da Feira Agropecuária (Feira do Gado).

No dia seguinte, dia 14 de Outubro, sábado, o presidente do Governo Regional deslocou-se à Fajã da Ovelha. Contactou com os operacionais, que combatiam os incêndios, tentou subir à Fonte do Bispo, mas foi desaconselhado a fazê-lo, por questões de segurança. Depois deslocou-se a uma zona mais baixa, onde teve uma panorâmica sobre as áreas queimadas, mas também aí, não contactou com a população.

Depois disso, por várias vezes, Miguel Albuquerque pronunciou-se sobre os incêndios, tanto sobre questões operacionais, como as relacionadas com o helicóptero, quanto sobre questões de apoio às populações afectadas. Prometeu ajuda, já anunciada, à recuperação de habitações e à reposição do potencial produtivo dos agricultores e produtores pecuários. Mas fê-lo noutros contextos, que não os dos incêndios e, menos ainda, junto das populações.

Se o presidente do Governo teve contacto directo, no terreno, com vítimas dos incêndios, isso não foi observado pela comunicação social, não fez parte da agenda oficial, nem foi divulgado nas redes sociais do Governo Regional, o que, por regra, é feito em todas as iniciativas do Governo e, em especial, do presidente. Há mesmo uma equipa com essas funções.

Assim é verdade que antes das eleições regionais, em tempo de pré-campanha e campanha eleitoral, Miguel Albuquerque, enquanto presidente, calcorreou a Madeira de lés a lés e contactou muitas pessoas, e, nesta fase pós-incêndios, o presidente do Governo não contactou directamente com as vítimas dos incêndios.