Chega diz que “luta contra a pobreza tem de ser linha orientadora”
"O combate à pobreza tem de ser visto como uma linha mestra da política regional". Quem o diz é Miguel Castro, presidente do Chega-Madeira e líder da bancada parlamentar daquele partido, que, marcou presença no III Fórum Regional de Combate à Pobreza, que decorre ao longo desta sexta-feira, 20 de Outubro, no Centro Cultural e de Investigação do Funchal.
“Um dos grandes flagelos sociais dos nossos tempos exige, da parte da liderança política, o desenvolvimento de políticas públicas transversais e que vão muito mais além da insistência em medidas assistencialistas”, defende o deputado do Chega em comunicado remetido às redacções.
Segundo o parlamentar, a erradicação da pobreza na Região e no país “não se consegue com respostas remediativas, que são apenas pontuais”, mas exige “um compromisso sério, global e contínuo”.
O líder do Chega-Madeira aponta ainda três aspectos que, a seu ver, "exigem uma ponderação séria da sociedade civil e da classe política". “Em primeiro lugar, a Região tem a taxa mais alto de risco de pobreza ou exclusão social em todo o país, ou seja, mais do um em cada quatro madeirenses está em situação vulnerável e corre o risco de exclusão social, pois vive com menos de 551 euros por mês”, recorda.
A isto acrescente que “a Região tem uma produção de riqueza por habitante inferior em 5,6% à média nacional, o que quer dizer que a riqueza não chega a todos, mas, pelo contrário, há uma concentração da mesma nas mãos de certos grupos económicos, que são, invariavelmente, aqueles que têm ligações mais fortes ao poder político”, constata Miguel Castro.
Por fim, deputado no parlamento madeirense refere-se aos benefício fiscais que têm vindo a ser concedidos pelo executivo madeirense. “Só em 2022, o Governo Regional concedeu cerca de 191 milhões de euros em benefícios fiscais, com a lista de contemplados a incluir o Grupo Pestana, a sociedade de Avelino Farinha e a Empresa Madeirense de Tabacos. Temos, portanto, um Governo Tegional que não só permite que o dinheiro produzido fique concentrado nas mãos de um punhado de empresas, mas é também a essas mesmas empresas que o governo regional ainda oferece benefícios fiscais de quase duas centenas de milhões de euros”, critica.
Face a tudo isto, Miguel Castro faz um apelo "para que sejam colocados de parte interesses partidários, de forma a que seja possível implementar soluções reais e duradoras", nomeadamente: “reforçar os canais públicos de inclusão, integração e protecção social dos grupos mais desfavorecidos, apostar na educação como forma de quebrar ciclos geracionais de pobreza e apostar em políticas de emprego e qualificação profissional”.