São três mil as famílias madeirenses que este ano já foram contempladas com 80 euros mensais para ajudar no pagamento de despesas mensais fixas, como as contas da água, da luz ou do gás, ao abrigo do Programa de Apoio à Garantia de Estabilidade Social (PROAGES).

Os números foram apontados, ao DIÁRIO, por Ana Sousa, à margem do III Fórum Regional de Combate à Pobreza e Exclusão Social, que decorre esta sexta-feira no Centro Cultural e de Investigação do Funchal, para assinalar o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza.

Para a nova secretária regional de Inclusão e Juventude, este programa é apenas um dos instrumentos que o Governo Regional tem no terreno com vista a esbater as desigualdades que afectam a sociedade madeirense, evitando que os cidadãos e as famílias vivam no limiar do risco de pobreza.

Sobre as estatísticas que colocam a Madeira só atrás dos Açores no limiar do risco de pobreza no panorama nacional, Ana Sousa aponta que as mesmas têm por base os dados de 2020 e 2021, período em que a pandemia da covid-19 condicionou bastante a economia regional e as finanças das famílias e das empresas.

Ana Sousa reforça que “a situação actual já está um pouco mais evoluída”, em parte graças às medidas que o executivo madeirense tem vindo a implementar, onde inclui, além do PROAGES, o Completo Regional para o Idoso, os programas de apoio ao emprego, o kit bebé. "Neste momento, se voltarmos a fazer esse estudo com uma maior pormenorização, veremos que as coisas já não estão como no momento em que foi feito esse levantamento", salientou.  

A secretária regional não coloca de parte o reforço “de todos os apoios que forem necessários”, no âmbito da Estratégia Regional de Inclusão Social e Combate à Pobreza, um instrumento “aberto” e “em evolução”, durante o seu período de vigência. Da avaliação intercalar feita em Março deste ano (abrangendo o período de 2020 a Março de 2023), constatou-se que 83% das acções do primeiro plano de acção, com um total de 140 medidas, já estavam iniciadas ou implementadas.

Para apurar as reais necessidades da população madeirense, realça que está em campo um estudo que abarca esses indicadores, cujos resultados deverão ser conhecidos no início do próximo ano.

No seu discurso, a governante destacou que "é na troca de saberes e de experiências que poderemos definir caminhos seguros no combate e na irradicação da pobreza", apelando ao trabalho em rede por parte de todas as entidades que estão no terreno.