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Opositora Glória Pinho quer apoio dos portugueses para fazer da Venezuela um país do primeiro mundo

Foto DR/X
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A juíza luso-venezuelana Glória Pinho, candidata às primárias da oposição previstas para 22 de outubro, apelou hoje à comunidade portuguesa local para que apoie a sua candidatura, prometendo que fará "da Venezuela um país do primeiro mundo".

"A comunidade portuguesa é importante, muito, muito importante, porque tem ajudado a Venezuela de muitas maneiras, no turismo, na gastronomia e na economia. Por outras palavras, quando analisamos a atividade dos portugueses na Venezuela, ela tem sido de construção do país", disse.

Em declarações à agência Lusa, Glória Pinho explicou que está "muito orgulhosa de ser filha de portugueses, de pertencer a uma comunidade de pessoas que trabalharam muito" pela Venezuela.

"E, muitos deles continuam aqui na Venezuela, como os meus pais, que não querem partir porque pensam que ainda há muito a fazer e muito a trabalhar por este país. E é por isso que estou aqui", frisou Glória Pinho, que é um dos 13 participantes nas primárias de 22 de outubro, em que a oposição elegerá o candidato que competirá contra Nicolás Maduro nas presidenciais de 2024.

"Depois de 32 anos de serviço na administração pública, 25 como juíza superior, digo-vos que sinto um compromisso muito grande com a minha pátria (Venezuela), que depois de tudo o que o meu país investiu em mim, para me formar como profissional, é agora meu dever como cidadã contribuir para 'refundar' (reconstruir) as bases da República e para resgatar este país", disse.

Glória Pinho disse ainda que "é fundamental que a comunidade portuguesa se junte" à sua candidatura, sublinhando que se sente "sozinha, neste caminho que esta a percorrer como candidata às primárias".

"Pensei que a comunidade me ia abraçar e dar o seu apoio e dizer aqui estamos contigo, mas não tem sido assim. E estou muito desiludida porque tenho visto como as outras comunidades se unem, se agrupam e defendem os seus", desabafou.

A luso-venezuelana define-se como "uma mulher trabalhadora, lutadora, forte, que tem ocupado cargos importantes" e insiste que "deviam orgulhar-se de uma pessoa que luta e trabalha com unhas e dentes para avançar, sobretudo neste momento histórico do país".

"Estamos a falar de umas primárias para a Presidência da República, não de um cargo qualquer. Imaginem quantos portugueses há na Venezuela que, se me derem o seu apoio, se forem todos votar, a mudança para a Venezuela será radical, porque a comunidade portuguesa é muito grande", explicou.

Glória Pinho referiu que qualquer receio da comunidade portuguesa tem de ser superado como fizeram os portugueses que chegaram sem nada à Venezuela, sem falar a língua e hoje têm negócios.

"Qual seria o medo? Sou uma mulher que fala de concertação, de paz, de diálogo, que quer construir o país. Não estou a apelar à confrontação, às ruas, nem a mudar um Governo", frisou.

Por outro lado, explicou que é uma candidata independente que fundou o movimento "Por Ti Venezuela" e que não está de acordo "com estas castas políticas que durante 25 anos negociaram, com o Governo, as nossas liberdades até ao extremo" do que o país está a viver. "Eu não quero isso para o meu país, quero coisas completamente diferentes", disse.

"Ofereço a minha transparência política. Sou uma mulher que vem do poder judicial, não tenho mancha alguma na magistratura nem na política, sou transparente, as minhas credenciais dizem tudo e publiquei-as nas minhas redes sociais para que os portugueses se sintam honrados e orgulhosos de saber quem os vai representar nestas primárias", frisou.

Glória Pinho insistiu que não quer ter o poder, mas "a gestão do país para demonstrar que, com retidão, trabalho e honestidade, o dinheiro da Venezuela, bem administrado, chega para tudo. "Quando digo tudo, não é para dar nada, é para construir esta terra".

"Eu posso garantir que se este país estiver nas minhas mãos, vamos tornar-nos um país de primeiro mundo", disse.