No charco
A tempestade Aline atingiu fortemente o jornalismo
Boa noite!
A cidade de Madrid, em Espanha, bateu hoje o recorde de chuva num só dia, segundo um registo oficial que tem mais de cem anos. A notícia corre mundo e motiva reflexão.
Depois de um Verão quente e de um início de Outono estranho, o que será preciso mais para que quem manda ponha o mundo na ordem, combata as alterações climáticas com critério e prepare a humanidade para situações extremas? Já agora saiba que para além de Aline, Bernard, Céline, Domingos, Elisa, Frederico, Géraldine, Hipolito, irene, Juan, Karlotta, Louis, Mónica, Nélson, Olívia, Pierrick, Renata, Sancho, Tatiana, Vasco e Wilhelmina são os nomes atribuídos às tempestades até 2024, estratégia seguida pela meteorologia para chamar a atenção da população e dos meios de comunicação para a prevenção e a salvaguarda de vidas e de bens em situação de risco.
Por causa da Aline, a Protecção Civil registou em 17 horas 2.203 ocorrências relacionadas com o mau tempo em Portugal continental. A Aline não provocou vítimas. Mas causou estragos. Também no jornalismo, com a CMTV a ter um dia para esquecer já que não verificou a autenticidade de imagens enviadas com o intuito de testar o canal, que viria a noticiar como certo um carro submerso na Póvoa de Varzim que não passava de um frame de um vídeo que mostrava um menino a brincar com um carro em miniatura numa poça de água.
Não estamos perante uma caso inédito pois recentemente a CNN Portugal, e depois a SIC e a RTP levaram reprimenda da Entidade Reguladora para a Comunicação Social por terem transmitido imagens falsas sobre a guerra na Ucrânia.
Ninguém está livre de ser enganado por gente mal intencionada, mas toda a prudência é pouca. Sobretudo sempre que há desgraças, altura em que há menor racionalidade na análise, maior pressa na partilha dos factos e excessiva propensão para a valorização da vertente geradora de emoções. Contudo, pior do que atentar contra a verdade é não reconhecer o erro
