DNOTICIAS.PT
Madeira

Quase metade dos doentes com diabetes está por diagnosticar

"A diabetes tem de ser vista se uma forma transversal”, entende Pedro Ramos, que falava à margem das XVI Jornadas de Diabetes da Madeira

Pedro Ramos marcou presença na sessão de abertura nas XVI Jornadas de Diabetes da Madeira, que decorrem entre hoje e amanhã, no Funchal. 
Pedro Ramos marcou presença na sessão de abertura nas XVI Jornadas de Diabetes da Madeira, que decorrem entre hoje e amanhã, no Funchal. , Foto Miguel Espada/ASPRESS

O panorama da diabetes na Madeira é muito semelhante ao que se vive no resto do País. Pedro Ramos, à margem das XVI Jornadas de Diabetes da Madeira, falava de uma incidência entre os 13 e os 14% da população, onde apenas 56% dos casos estão devidamente diagnosticados e orientados, sendo que quase metade dos doentes estão sem qualquer acompanhamento.

No caso dos doentes já identificados e seguidos nas consultas da especialidade, o secretário regional de Saúde e Protecção Civil, que foi reconduzido esta semana no cargo, apelou à referenciação adequada da medicação, sob pena de haver carências de fármacos para quem deles realmente precisa. O governante referia-se, por exemplo, à utilização de alguns medicamentos indicados para o tratamento da diabetes para perda de peso.

Quanto aos meios, a Madeira dispõe, no entender de Pedro Ramos, dos necessários para uma resposta adequada à sua população, argumentando com os mais de 15 mil actos realizados pelo Serviço de Endocrinologia, entre consultas médicas, de enfermagem, de nutrição ou de psicologia, entre outras, asseguradas por 13 profissionais, dos quais cinco são médicos.

Neste âmbito, o secretário regional enfatizou o pioneirismo do rastreio da diabetes feito na Região, cujo programa entre, agora, na sua 10.ª volta (em vigor deste 2017).

A aposta no futuro passa pela promoção da saúde e na prevenção da doença, que foi, de resto, uma das mensagens deixadas por Pedro Ramos à plateia que o escutava, antes do almoço, no Hotel Vidamar.

Na ocasião, o também médico realçou o facto de a diabetes ser ainda responsável por “uma considerável mortalidade prematura”, abaixo dos 75 anos, que, em parte, “poderia ser evitada”, com “outros hábitos de vida mais saudáveis”.  

Pedro Ramos aproveitou para deixar uma palavra de apreço ao trabalho desenvolvido pelo médico Silvestre Abreu, ao longo de décadas, na Região, no âmbito das doenças metabólicas, sendo que continuará, mesmo depois de aposentado, a colaborar na Estratégia Regional da Diabetes. O antigo director do Serviço de Endocrinologia passará a dar nome a estas jornadas, que surgiram por sua iniciativa.