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Washington e Caracas retomam voos de deportação de venezuelanos

Foto David Peinado Romero/Shutterstock.com
Foto David Peinado Romero/Shutterstock.com

Os voos de deportação de venezuelanos dos Estados Unidos foram retomados na quarta-feira com um primeiro avião com mais de 100 migrantes a aterrar em Caracas.

Esta é a primeira vez em anos que as autoridades de imigração dos EUA estão a deportar pessoas para a Venezuela, marcando uma concessão significativa do governo do Presidente, Nicolás Maduro, a um adversário de longa data, e corresponde também a uma tentativa dos EUA de lidar com o número crescente de requerentes de asilo.

Os cerca de 130 passageiros, mulheres e homens venezuelanos, foram transportados para o avião em autocarros, com os movimentos restringidos nos pulsos e tornozelos. Ao embarcarem, foram revistados pelos agentes de imigração dos EUA.

O governo do Presidente norte-americano, Joe Biden, disse que planeia ter vários voos de deportação por semana para a Venezuela, de acordo com uma isenção do Departamento de Transportes dos EUA sobre restrições de viagens, o que colocará a Venezuela entre os principais destinos internacionais das autoridades de imigração dos EUA.

O primeiro voo foi realizado um dia depois de o governo e a oposição do país terem concordado em trabalhar nas condições eleitorais, o que levou o Departamento do Tesouro dos EUA a anunciar uma redução das sanções contra os setores do petróleo, gás e mineração de ouro da Venezuela, horas depois de o avião ter aterrado no aeroporto de Maiquetía.

"Estou contente por hoje, em conformidade com os acordos discutidos e assinados entre as autoridades da Venezuela e o governo dos Estados Unidos, o primeiro grupo de venezuelanos que foram repatriados ter regressado", disse Maduro, durante os habituais comentários televisivos e nos quais também abordou as condições eleitorais que vão afetar as presidenciais de 2024 no país.

A televisão estatal mostrou imagens de migrantes com máscaras faciais a sair do avião, a fazer testes de saúde e a responder a perguntas de funcionários no aeroporto perto de Caracas. O governo de Maduro atribuiu a culpa da migração às sanções económicas.

O diretor executivo adjunto interino do Serviço de Imigração e Alfândegas dos Estados Unidos, Corey Price, disse que entre as pessoas que tiveram prioridade para os voos estão os recém-chegados, bem como os migrantes que cometeram crimes nos Estados Unidos.

Os voos respondem a "um aumento na migração da Venezuela que está a sobrecarregar os sistemas de imigração em todo o hemisfério, incluindo nos Estados Unidos", disse o Departamento de Transportes norte-americano.

O governo dos EUA disse esperar que a recente ameaça de deportação seja suficiente para levar os venezuelanos a reconsiderar a tentativa de entrar ilegalmente nos Estados Unidos e optar pelo sistema de agendamento 'online' para fazer pedidos de asilo ou tentar outros caminhos legais.