Presidente do Egipto teme que acolher palestinianos leve a ataque israelita
O Presidente egípcio afastou hoje a possibilidade de acolher palestinianos em fuga da guerra entre Israel e Hamas, por medo de que a península do Sinai se torne um campo de operações e Israel ataque o território egípcio.
"Deslocar cidadãos palestinianos da Faixa de Gaza para o Sinai significa simplesmente que a ideia da resistência e da luta de Gaza passará para o Sinai", considerou Abdel Fattah al-Sissi,
"Portanto, o Sinai será uma base de operações contra Israel e Israel terá o direito de se defender e dirigir os seus ataques contra o território egípcio", afirmou o Presidente egípcio numa conferência de imprensa conjunta com o chanceler alemão, Olaf Scholz, que está a visitar o Cairo.
Al-Sisi garantiu ainda que se os palestinianos de Gaza se mudarem para o Egito, haverá um movimento "semelhante por parte dos palestinianos da Cisjordânia em direção à Jordânia".
Para o Presidente do Egito, os ataques que Israel está a realizar contra a Faixa de Gaza não são apenas "um ato militar contra o Hamas", mas também uma forma de pressionar os civis a migrar para o Egipto.
"Vemos o que está a acontecer agora em Gaza, e não é apenas um ato militar contra o Hamas, mas uma tentativa de pressionar os habitantes civis a migrar para o Egipto", disse, acrescentando que "isto não é aceitável para ninguém".
O Egipto, que faz fronteira com Gaza, teme um "êxodo em massa" de palestinianos da Faixa de Gaza, após o ultimato de Israel para forçar aos cerca de 1,1 milhões de habitantes do norte do enclave a deslocarem-se para o sul, onde se localiza a passagem fronteiriça de Rafah para o Egito.