Adultos vão menos a espectáculos e cinema mas estão a ler mais livros
A população adulta portuguesa assistiu, no ano passado, a menos espetáculos ao vivo, foi menos ao cinema e visitou menos locais culturais, mas leu mais livros, segundo um inquérito do INE.
Estas são algumas das conclusões do Inquérito à Educação e Formação de Adultos 2022 (IEFA), hoje divulgado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que faz também um retrato da participação da população entre os 18 e os 69 anos em atividades culturais e sociais.
No ano passado, mais de metade da população (52,8%) assistiu a espetáculos públicos ao vivo, mas apenas 40,5% foi ao cinema e 36,8% disse ter visitado locais culturais, segundo os números do INE, que mostram uma diminuição da participação em atividades culturais em relação a 2016.
A participação em espetáculos ao vivo desceu 14,4 pontos percentuais (p.p), houve uma redução de 5,1 p.p. dos que foram a sessões de cinema e 9,6 p.p de idas a locais culturais.
Além disso, os amantes de cultura admitiram que o fazem com menos frequência.
Mas nem tudo são más notícias. Há mais pessoas a ler livros como atividade de lazer: São agora 41,3% da população adulta, apesar de mais de dois terços (69,5%) ter lido menos de cinco livros nos últimos 12 meses.
Já a leitura de jornais ou revistas diminuiu quando comparada com 2016: "Em 2022, aproximadamente um quinto da população não leu jornais ou revistas nos últimos 12 meses (19,5%)", refere o relatório.
São os mais jovens e mais escolarizados quem mais participa em atividades culturais, com exceção da leitura de jornais e revistas, em que se destacam as pessoas entre os 35 e os 44 anos como sendo os que mais leem (42,1%), seguidas das dos 45 aos 54 anos (39,4%) e dos 55 aos 64 anos (36,1%).
Já na comparação entre sexos, a participação de mulheres e homens foi semelhante no caso dos espetáculos ao vivo, sessões de cinema e visitas a locais culturais.
Na leitura, os homens voltam a destacar-se quando se trata de jornais e revistas (41,1% de homens vs. 30,3% de mulheres) enquanto as mulheres continuam a ser quem mais lê livros (50,2% de mulheres vs. 31,9% de homens).
O inquérito concluiu ainda que a participação em atividades culturais tem uma relação direta com a participação em atividades de Aprendizagem ao Longo da Vida.
O INE revelou hoje que apenas 45,6% da população participou em Aprendizagem ao Longo da Vida, que engloba atividades de educação formal e não formal.
Mas quando se inclui também a aprendizagem informal, uma modalidade mais autodidata que pode ser feita em casa com a ajuda de um computador ou de um familiar, a proporção da população residente em Portugal dispara: Nos últimos 12 meses, 77,1% da população participou em ações de educação formal, educação não formal ou de aprendizagem informal.
O INE avaliou ainda a participação da população em atividades sociais, que também diminuiu em relação a 2016, nunca chegando a atingir os 10% para cada uma das atividades consideradas.
No ano passado, as atividades mais procuradas foram as de grupos ou associações recreativas, seguida das atividades de voluntariado e de associações religiosas.
Já a participação em atividades de partidos políticos ou sindicatos situou-se nos 2,5%, a participação em atividades de associações profissionais nos 2,2% e a participação em atividades de organizações caritativas nos 2,1%.