Novas previsões duplicam anterior cenário de aumento da temperatura na Região
Pedro Garret, responsável pelo relatório da 1.ª Fase da Revisão da Estratégia Clima-Madeira traça cenário dramático
Com o aumento das temperaturas e os maiores períodos de seca, mas também períodos de precipitação excessiva e que causam enxurradas catastróficas, o cenário calculado para as próximas décadas no que às alterações climáticas para a Região Autónoma da Madeira diz respeito, tudo o que sejam cenários positivos são miragem. Efectivamente, perante dados concludentes, Pedro Garret, responsável pela primeira fase da revisão da Estratégia Clima-Madeira, explicou que a projecção climática a longo prazo não é fácil, mas neste estudo foi alcançado com relativo sucesso. Destacou o aumento das temperaturas, sobretudo nas cotas mais altas, que podem ir até aos 14°C e anomalia, comparado com o período entre 1981 e 2010, sendo wue normalmente há um aumento médios de 2°C nas cotas mais baixas e no Porto Santo, alem de que a precipitação extrema aumentará significativamente, ou seja entre 20 a 50% mais frequente do que aquilo que verificamos hoje, reforçando que actualmente já vivemos com um conjunto de fenómenos que são ampliados pelas alterações climáticas.
Para Pedro Garret com o aumento dos gases com efeito de estufa já se verificam na temperatura do oceano Atlântico, que funciona como um combustível para as tempestades, mas depois vemos outro fenómeno que é a ampliação do anticiclone dos Açores, que provoca um aumento dos períodos de seca ou ondas de calor mais intensas.
Por falar em mar, prevê-se que até ao final deste século (2100) haja uma aumento do nível das águas na ordem dos 80 centímetros, valores subestimados, recorda o especialista que é uma estiamtiva do IPCC, subida essa do nível do mar que poderia ocorrer de forma mais abrupta e não tão linear e, sobretudo, continuará para o século seguinte 1,2 metros até 2150) e, portanto, já não é possível travar.
Cenário que podem trazer impactos significativos para a Região, alerta. Aliás, Pedro Garret não tem dúvidas que os recentes incêndios têm tudo a haver com o aumento significativo da temperatura, nomeadamente os dados já existentes de Setembro. Na Europa a temperatura foi 2,95°C mais quente do que o período de referência, aumento que só pode ser causado pelos gases com efeito de estufa e é, acrescenta, nem o maximo do que está para vir.
Para conviver com este cenário, só há duas formas, a adaptação às alterações climáticas e a mitigação dos gases com efeito de estufa.