Marítimo, a força dos sócios
É o panorama financeiro que a todos nós assusta e que não pode ficar esquecido por todos os sócios e acionistas
Todos os clubes, independentemente da sua vocação desportiva, têm nos sócios e adeptos a sua força motriz e são estes que em última instância determinam a grandeza da instituição.
O Club Sport Marítimo, por força da sua história de luta, resiliência e sucesso, angariou ao longo da sua história, muitos sócios e adeptos que, aos dias de hoje, são o seu maior património.
Esta massa adepta que não abandona o seu clube e o acompanha para todo o lado, tem de ser chamada a mostrar a sua voz e a se pronunciar sobre o atual momento que a Instituição atravessa, e não adianta - como alguns querem fazer passar -, dizer que isso cria instabilidade.
Instabilidade resulta apenas do evoluir das relações entre os elementos da própria direção que ao longo destes 2 últimos anos têm passado sinais de clara desunião para o exterior. Como é que será possível continuar neste clima por mais 2 anos, quando os membros da direção mostram publicamente que estão de costas voltadas?
Num ano de eleições, Outubro é o mês que, estatutariamente, está consagrado como o melhor momento do ano para realizar as eleições e, por conseguinte, não pode, nunca pode, ser visto como uma má altura para os sócios se pronunciarem sobre o que é o seu melhor entendimento para a coletividade.
É necessário que os sócios, independentemente das suas preferências quanto a quem deve estar à frente dos destinos da coletividade, compareçam na Assembleia Geral e se façam ouvir. A sua voz não pode ficar calada, deve ser ouvida e respeitada, goste-se ou não das suas opiniões.
Fruto do meu trabalho em investigação, aprendi ao longo dos anos a conviver muito bem com a crítica, aliás, muita dela, tem sido por mim utilizada para melhorar a minha capacidade de comunicação e para me disciplinar a mim próprio, criando um controlo emocional que me permite, nos momentos em que é necessário apelar à racionalidade, fazê-lo sem deixar que a emoção interfira, como é o caso por estes dias.
Se no plano desportivo as coisas estão a decorrer de acordo com as expetativas (e ainda bem!), isto é, continuamos em boa posição para atingir o objetivo primordial da subida de divisão - o que é fundamental para o futuro do Clube -, já no plano organizacional com reflexos na área financeira, estamos perante um panorama muito assustador que, dia 19 de Outubro, na Assembleia Geral da SAD, será conhecido de forma mais aprofundada.
É o panorama financeiro que a todos nós assusta e que não pode ficar esquecido por todos os sócios e acionistas. A informação deve ser passada aos sócios do clube para que possam eles próprios analisar e emitir a sua opinião de forma clara e objetiva.
Mais do que nunca são necessárias 2 coisas fundamentais:
1) Pensar no futuro do Clube e saber separar o desempenho desportivo do desempenho organizacional/financeiro;
2) Estar presente na AG, fazer-se ouvir e acima de tudo não ter receio de votar. Qualquer que seja o sentido do voto, é importante estar presente e marcar a sua posição.