Nações Unidas alertam para o "pesadelo" de 50 mil grávidas em Gaza
O Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP) alertou hoje para o cenário de "pesadelo" que 50.000 mulheres grávidas na Faixa de Gaza estão a passar, entre ataques, efeitos do bloqueio e o ultimato para deixar a região.
"O sistema de saúde de Gaza encontra-se num estado crítico. Está sob ataque, à beira do colapso, e encontramos aqui mulheres grávidas que não sabem para onde ir", disse o representante da agência para os territórios palestinianos, Dominic Allen.
Allen referiu que estas mulheres "estão a enfrentar um desafio impensável", acrescentando que cerca de 5.000 das grávidas deverão dar à luz no próximo mês.
"Imaginem passar por esse processo na fase final e no último trimestre antes de dar à luz, com possíveis complicações, sem roupa, sem higiene, sem apoio e sem saber o que o próximo dia, a próxima hora, o próximo minuto trará para elas e para o seu filho por nascer", acrescentou.
"Deve ser aberto um corredor humanitário e o direito humanitário deve ser respeitado. Por conseguinte, as grávidas devem ter acesso a estes serviços de saúde que salvam vidas", acrescentou.
O grupo islamita Hamas lançou no dia 07 um ataque surpresa contra Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados por terra, mar e ar.
Em resposta, Israel bombardeou a partir do ar várias infraestruturas do Hamas na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.
Os ataques já provocaram milhares de mortos e feridos nos dois territórios.