Cerca de 70% dos refugiados no norte de Gaza sem cuidados médicos
Cerca de 70% dos refugiados no norte da Faixa de Gaza não têm atualmente acesso a cuidados de saúde, afirmou o Ministério da Saúde do enclave, que lançou um apelo à doação de sangue.
"Setenta por cento da população das regiões de Gaza e do norte da Faixa de Gaza está privada de serviços de saúde para os refugiados, depois de a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Médio Oriente ter evacuado os seus centros e suspendido os seus serviços", afirmou o porta-voz do ministério, Ashraf al-Qudra, nas redes sociais.
Al-Qudra alertou também que as ambulâncias estão a ter grandes dificuldades em transportar as novas vítimas dos ataques israelitas, devido aos danos nas estradas até aos hospitais.
O Ministério da Saúde de Gaza lançou um apelo "urgente" à doação de sangue aos hospitais da região, sobretudo ao Hospital Al Shifa e a outros centros incluídos na Rede de Bancos de Sangue, "para que doem sangue imediatamente".
O último balanço do Ministério da Saúde aponta para 300 mortos e 800 feridos no sábado, "a maior parte crianças e mulheres".
No total, 2.329 pessoas foram mortas e 9.042 ficaram feridas desde o início dos ataques de Israel, em resposta à ofensiva do Hamas no último fim de semana.
"Estes crimes contra o nosso povo equivalem a uma limpeza étnica", considerou Al Qudra, segundo o qual o número de vítimas mortais nestes oito dias excede o das baixas registadas durante os 51 dias da guerra de 2014.
As instalações de saúde estão sobrecarregadas e as morgues estão lotadas, motivo pelo qual estão a ser utilizados camiões frigoríficos, normalmente utilizados para transportar alimentos, para armazenar os corpos.
O grupo islamita Hamas lançou no dia 07 um ataque surpresa contra Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados por terra, mar e ar.
Em resposta, Israel bombardeou a partir do ar várias infraestruturas do Hamas na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.
Os ataques já provocaram milhares de mortos e feridos nos dois territórios.